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Os três cenários prováveis para a Venezuela

Por Nathalia Watkins 12 mar 2015, 20h32

O presidente venezuelano Nicolás Maduro deve conseguir no final de semana a aprovação da lei habilitante, que lhe dá plenos poderes para legislar sem o Congresso. Na quarta-feira, 11, a medida foi aprovada com a maioria qualificada necessária na primeira votação, que trata da exposição dos motivos e propósitos da medida. A segunda e última votação, prevista para o domingo, deve dar o aval final para a lei e aprovar seus artigos. Com essa nova ofensiva repressora, os venezuelanos ficaram em dúvida se haverá de fato a eleição parlamentar, que deveria acontecer até o final do ano. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) está sob pressão para marcar a data do pleito que, segundo a constituição, precisa ser agendada com uma antecedência de 180 dias. A seguir os cenários mais prováveis para a Venezuela:

1) Maduro permite as eleições parlamentares e sai derrotado

Nesse caso, a Assembleia Nacional, composta por 165 deputados, seria renovada no dia 5 de janeiro de 2016. Com a aprovação do presidente em torno de 20%, ele provavelmente perderia o pleito. Segundo a deputada cassada María Corina Machado, a oposição ganharia 2/3 dos votos caso as eleições fossem limpas. Um governo de Maduro com um Congresso desfavorável é improvável e essa rixa poderia elevar ainda mais a violência estatal

2) Maduro convoca as eleições e ganha o pleito

Para evitar uma derrota estrondosa, Maduro pode tentar a todo custo enfraquecer a oposição ao longo da campanha. “Nesse período, ele poderia colocar novas barreiras contra a oposição, como prender mais lideranças, para aumentar suas vantagens” diz o cientista político Héctor Briceño, cientista político da Universidade Central da Venezuela. Vitorioso nas eleições, ele seguiria governando de forma autoritária

3) Maduro adia indefinidamente a eleição legislativa

A oposição ficaria ainda mais fraca. Porém, nesse caso, aumentaria a possibilidade de militares da esquerda tentarem afastar Maduro alegando salvar o legado do ex-presidente Hugo Chávez. “Essa alternativa está latente. Os militares não estão contentes com a situação, apesar de estarem comandando o país ao lado de Maduro”, diz uma fonte militar, em anonimato. É possível até que essa tentativa já tenha ocorrido, como afirma Pablo Medina, ex-deputado e ex-senador que foi aliado de Chávez e hoje luta pela democratização do país. Para ele, uma marcha militar convocada pelo presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, na cidade de Maracay no dia 12 de fevereiro, já teria sido uma tentativa frustrada de tomar o poder do presidente. “Há muitos chavistas dissidentes que estão sendo perseguidos e querem formar um bloco de unidade nacional”, diz.

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