MH370: Familiares posam com objetos que são lembranças das vítimas
Em ensaio da agência Reuters, parentes das 239 pessoas a bordo do avião da Malaysia Airlines mostram objetos que ajudam a lidar com ausência inexplicável, quase seis meses depois do desaparecimento da aeronave
Por Da Redação
5 set 2014, 18h15
Há quase seis meses, um avião da Malaysia Airlines desapareceu durante um voo de Kuala Lumpur a Pequim, com 239 pessoas a bordo. Nenhum sinal da aeronave foi encontrado desde então e familiares de passageiros e tripulantes ainda buscam respostas para uma questão intrigante: como um Boeing 777 pode sumir? Enquanto não há uma solução para o mistério, os parentes apegam-se a objetos que proporcionem algum conforto. A agência de notícias Reuters registrou em imagens essa relação.
Um homem foi fotografado na casa vazia onde planejava morar com a noiva, depois do casamento, previsto para este ano. Ela embarcou no voo MH370. Uma chinesa disse que não consegue sair sem levar a bolsa com ela a bolsa da irmã que estava no avião. Outra mulher lamenta o fato de que o último telefonema para o marido tenha terminado em discussão. Ela deixou a caneca que ele usava em cima da escrivaninha, onde agora acumula poeira. Mais de 150 passageiros eram de cidadania chinesa.
Os indícios apontam uma mudança deliberada de rota que levou a aeronave a cair no oceano. Um relatório divulgado em junho indicou que passageiros e tripulantes provavelmente morreram asfixiados e o avião continuou a voar no piloto automático até ficar sem combustível. No entanto, ainda há familiares que resistem à ideia de que o acidente não deixou sobreviventes. Liu Kun disse não acreditar que o avião caiu no oceano e que ainda tem esperança de que o irmão e outros passageiros sejam encontrados com vida. (Continue lendo o texto)
Críticas – Ao jornal britânico The Guardian, parentes voltaram a reclamar do descaso dos governos malaio e chinês em descobrir o que de fato aconteceu com a aeronave. “Estamos desamparados e sozinhos, como se tivéssemos sido abandonados pelo governo”, disse um homem, que pediu para não ser identificado. A companhia aérea respondeu, por meio de uma nota, que tem “investido pesado para atender as necessidades físicas e psicológicas” das famílias, além de manter contato com 1.000 pessoas através de e-mails, telefonemas e comunicados. Para os parentes, no entanto, as 239 vítimas do desastre aéreo “não passam de números” para as autoridades.
As famílias exigem a divulgação de todas as informações disponíveis, incluindo as linhas de investigação adotadas e quais os critérios para definir as áreas de busca. No entanto, mesmo que destroços sejam encontrados em breve, analistas têm dúvidas quanto as informações que eles poderão transmitir depois de tanto tempo expostos à pressão oceânica. Jack Song, que também tinha um parente a bordo do voo MH370, afirma que o objetivo dos familiares “não é lutar apenas por nós mesmos”. “É uma luta pela segurança de milhares de outros passageiros que voarão no futuro. Se você não pode solucionar esse problema ou nos dizer a verdade sobre o que aconteceu, então como você pode garantir que coisas desse tipo não acontecerão de novo?”.
As equipes de resgate preparam-se para iniciar uma nova fase de buscas no Oceano Índico, no final deste mês, porém a totalidade dos equipamentos de resgate estará ativa apenas em outubro. Os trabalhos devem se concentrar novamente no fundo do oceano e, ao contrário das primeiras etapas, que mobilizaram até 26 países, serão coordenadas por empresas privadas.
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