Obama sofre revés com oposição de democratas a acordo com Irã
O senador democrata Chuck Schumer, um dos congressistas judeus mais influentes dos Estados Unidos, disse que vai votar contra o fim das sanções à República Islâmica
A esperança do presidente americano Barack Obama, de preservar o acordo nuclear entre o Irã e as potências mundiais, sofreu um revés nesta quinta-feira, quando Chuck Schumer, um dos principais democratas no Senado dos Estados Unidos, disse que vai se opor ao compromisso firmado, reporta nesta sexta o The New York Times. A decisão de Schumer, anunciada em uma longa declaração, pode abrir caminho para mais congressistas democratas se posicionarem contra o pacto nuclear anunciado em 1 de julho entre os EUA, outras cinco potências mundiais e o Irã.
O senador de Nova York está entre os parlamentares judeus mais influentes nos Estados Unidos. Ele foi o primeiro democrata do Senado a anunciar sua oposição ao acordo. Outro congressista influente da bancada judaica, o deputado Eliot Engel, o principal democrata no Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, também disse na quinta que iria opor-se ao acordo nuclear. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tem pressionado os legisladores americanos a se oporem ao acordo nuclear, que ele considera uma ameaça à sobrevivência de seu país. Alguns grupos pró-Israel também estão gastando milhões de dólares em uma campanha publicitária para pressionar os membros do Congresso a votar “não”.
Leia também
Obama: ‘Se Congresso barrar acordo com Irã, teremos outra guerra no Oriente Médio’
Coreia do Norte descarta seguir exemplo do Irã e manterá seu programa nuclear
ONU aprova acordo nuclear iraniano e abre caminho para fim das sanções
Obama tem se empenhado pessoalmente para defender o acordo, incluindo um discurso combativo na quarta-feira em que disse que o abandono do pacto nuclear abriria a perspectiva de uma guerra. Em declarações à imprensa em uma visita à capital vietnamita, Hanói, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que negociou o acordo, disse respeitar Schumer e Engel, mas acrescentou que “a rejeição não é uma política para o futuro”.
O Congresso dos EUA tem até o dia 17 de setembro para analisar uma resolução de desaprovação do acordo com o Irã. A rejeição do compromisso firmado impediria Obama de eliminar todas as sanções impostas ao Irã pelo Congresso dos EUA, um componente-chave do acordo.
Leia mais
Mesmo após acordo, Irã mantém suas ambições nucleares
(Com agência Reuters)