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Nisman não confiava nem em seguranças, diz dono de arma

Diego Lagomarsino falou com jornalistas e disse que promotor que acusou a presidente Cristina Kirchner e apoiadores tinha medo por suas filhas

Por Da Redação
28 jan 2015, 23h16

O homem que emprestou a pistola que matou Alberto Nisman afirmou nesta quarta-feira que o promotor argentino lhe disse que só queria a arma para se proteger de “algum louco”. Diego Lagomarsino, técnico em informática que trabalhava para a promotoria, falou pela primeira vez com os jornalistas desde a misteriosa morte de Nisman, que denunciou Cristina Kirchner no caso da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia). Ele deu detalhes sobre os dois encontros que teve com o promotor no sábado, 17 de janeiro, um dia antes de Nisman ser encontrado morto no banheiro de seu apartamento em Buenos Aires.

Lagomarsino afirmou ainda que o procurador “não confiava nem em sua escolta”. Segundo seu relato, o promotor lhe pediu que fosse até seu apartamento e perguntou se ele tinha uma arma. “Lamentavelmente, disse a ele que sim”. Nisman então confessou que tinha medo por suas filhas e Lagomarsino ponderou que o promotor era acompanhado por seguranças. “Mas já não confio nem mesmo na escolta”, respondeu. “Você sabe o que é suas filhas não quererem estar com você por medo que aconteça algo a elas?”

Nisman teria esclarecido então que queria a arma apenas para “levar no porta-luvas”, para o caso de “algum louco chegar com um pedaço de pau e me dizer que sou um traidor”. “Não se preocupe que não vou usar”, acrescentou o promotor, de acordo com Lagomarsino .

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Ao chegar ao apartamento, o técnico em informática relatou ter observado a mesa cheia de papéis. O promotor teria dito que “tinha mais medo de ter razão do que de não ter razão” sobre a denúncia apresentada dias antes contra a presidente Cristina Kirchner e vários apoiadores. Segundo a acusação, o governo negociou com o Irã para acobertar a participação do país no atentado contra um centro judaico em Buenos Aires, em 1994, que deixou 85 mortos.

Segundo Lagomarsino, que foi indiciado por emprestar sua arma, Nisman lhe disse que os dois “se veriam depois de segunda-feira”, quando ele deveria ir ao Congresso dar mais detalhes sobre a denúncia. “Mas no domingo mandei uma mensagem para ele às 11 horas perguntando se estava mais tranquilo, e ele nunca respondeu”.

A entrevista desta quarta foi a primeira concedida pelo funcionário da promotoria desde a morte de Nisman. Lagomarsino, no entanto, não respondeu a perguntas, por orientação de seu advogado, Maximiliano Rusconi.

Em pronunciamento transmitido pela TV esta semana, a presidente apontou contra o especialista em informática, dizendo que ele “foi a última pessoa que viu Nisman com vida, que falou com ele e que, além disso, era de sua íntima confiança, de sua íntima amizade e que comparecia, segundo o que pudemos saber, frequentemente ao seu apartamento”. Cristina Kirchner também qualificou o funcionário de “feroz” opositor de seu governo.

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Promotora desmente Cristina – A promotora Viviana Fein, responsável pela investigação da morte de Nisman, declarou não haver elemento algum que comprometa Lagomarsino em um fato doloso de maior gravidade. Ela também se manifestou sobre outro ponto da investigação e negou que o procurador tenha voltado de férias de forma inesperada – como vinha ressaltando a presidente para lançar dúvidas sobre a investigação do atentado levada a cabo pelo promotor desde 2004.

“O doutor Nisman não voltou intempestivamente a Buenos Aires. Ele emitiu a passagem desde Buenos Aires no dia 31 de dezembro e, por questões do casal, ficou decidido que sua filha ficaria mais algumas horas em Madri”, explicou Viviana. Nisman retornou à capital argentina no dia 12 de janeiro e apresentou a denúncia dois dias depois. O governo reagiu à afirmação da promotora pelas redes sociais, como tem se tornado comum para Cristina Kirchner. Na conta oficial da Casa Rosada no Twitter foi publicada uma suposta mensagem de Nisman a conhecidos dizendo: “Tive de suspender intempestivamente minha viagem”. “Devemos acreditar em Nisman ou na promotora Fein?”.

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