Ativistas ameaçam invadir sede do governo em Hong Kong
Manifestantes pró-democracia pedem que o chefe regional Leung Chung, considerado um "fantoche" do poder central de Pequim, renuncie nesta quinta
Por Da Redação
2 out 2014, 06h29
Os protestos pró-democracia continuam no centro de Hong Kong nesta quinta-feira e grupos de estudantes ameaçam agora invadir a sede do governo local e outros prédios públicos caso o chefe regional Leung Chung não renuncie até o fim do dia. Os manifestantes consideram Leung um “fantoche” do poder central de Pequim.
Apesar do ultimato, Leung, apoiado pela China, rejeita deixar o cargo. Uma fonte do governo ligada ao político e ouvida pela agência Reuters afirmou que o chefe regional espera que as passeatas percam força ao longo dos dias e que ele só usaria a força contra os manifestantes em caso de saques ou episódios de violência. “A menos que surja uma situação caótica, não enviaremos a tropa de choque”, disse a fonte. “Temos que lidar com isso pacificamente, mesmo que dure semanas ou meses”.
Ex-colônia britânica, Hong Kong passou a ser uma região administrativa especial (RAE) da China em 1997, ano em que o enclave foi devolvido. Pelo acordo entre britânicos e chineses, Hong Kong goza de um elevado grau de autonomia local, liberdade de expressão e liberdade econômica. Também preserva elementos do sistema judicial ocidental. Essas condições devem ser mantidas pelo menos até 2047.
O movimento “Occupy Central” representa um dos maiores desafios políticos para Pequim desde que o governo chinês reprimiu violentamente os protestos pró-democracia na Praça da Paz Celestial em 1989. Também conhecido como “revolução dos guarda-chuvas” – pelo uso do objeto contra o spray de pimenta da polícia -, o movimento democrático reuniu dezenas de milhares de pessoas nas ruas de Hong Kong na quarta, ofuscando as comemorações do Dia Nacional da China.
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Um dos líderes dos ativistas, o vice-secretário da Federação de Estudantes de Hong Kong Lester Shum disse na quarta que os manifestantes estavam preparados para intensificar sua campanha de desobediência civil se Leung não deixasse seu cargo até o final desta quinta. Segundo Shum, o próximo passo dos protestos, caso a renúncia não aconteça, será a ocupação de prédios públicos. Na manhã desta quinta, milhares de jovens continuavam acampados nas imediações dos gabinetes governamentais e a presença policial no local era mínima.
China – O secretário de Estado americano, John Kerry, disse ter “grandes esperanças” de que as autoridades de Hong Kong irão agir com moderação diante dos protestos, e seu colega chinês declarou que outros países não devem se intrometer nos assuntos internos da China. “O governo chinês afirmou sua posição de maneira muito formal e clara. Os assuntos de Hong Kong são assuntos internos da China. Todos os países deveriam respeitar a soberania chinesa”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, antes de conversas com Kerry nos Estados Unidos.
A China repudiou os protestos, que chamou de ilegais, e a liderança do Partido Comunista em Pequim viu como preocupantes as manifestações pró-democracia que se espalharam para os vizinhos Macau e Taiwan. Agora, a China tem um dilema. Reprimir o movimento com muita força poderia abalar a confiança em Hong Kong, voltada para o mercado e que tem um sistema legal separado do resto da China, e não agir com firmeza suficiente poderia estimular os dissidentes no continente.
(Com agências EFE e Reuters)
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