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Justiça divulga a íntegra da denúncia de Nisman contra Cristina Kirchner

Documento de mais 300 páginas faz pesadas acusações contra a presidente argentina, apontada como a líder de um "plano criminoso de impunidade"

Por Da Redação
21 jan 2015, 06h45

A Justiça argentina divulgou na noite de terça-feira a íntegra da denúncia do falecido procurador-geral Alberto Nisman contra a presidente Cristina Kirchner, reporta o Clarín. No documento de mais de 300 páginas, Cristina é acusada de articular um “plano criminoso de impunidade” para os iranianos apontados como autores intelectuais do atentado contra a Amia (associação judaica argentina), em 1994, que deixou 85 mortos.

O magistrado Ariel Lijo foi o responsável por tornar pública a denúncia apresentada por Nisman na última quarta-feira, cinco dias antes de sua morte em estranhas circunstâncias. Na denúncia, o procurador-geral garante que Cristina “não somente foi quem decidiu a articulação deste plano criminoso de impunidade e se valeu de diferentes atores para levar adiante sua execução”. Nisman também acusou a presidente de liderar “a campanha discursiva e midiática necessária para camuflar a execução do delito”.

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Além disso, o promotor tinha pedido que fosse “determinado o papel exato” de outras pessoas, “que não estão alheias ao plano”, como o ministro do Planejamento Federal, Julio De Vido. Na denúncia, Nisman sustentou que o memorando de entendimento com o Irã aparece como “a peça central do plano de impunidade”. Assinado em 2013, o memorando previa a revisão de toda a documentação da investigação judicial, a possibilidade de que os suspeitos pelo ataque terrorista fossem interrogados em território iraniano e a formação de uma Comissão da Verdade.

“A assinatura e ratificação de tal documento implica na destruição das acusações contra os suspeitos de nacionalidade iraniana”, assegurou o falecido promotor. “Sabiam que a Comissão da Verdade não tinha sido criada para investigar absolutamente nada, mas para legitimar a mentira que estava sendo fabricada”, acrescentou.

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Relações comerciais – Para Nisman, os funcionários “agiram com um único propósito”, o de “conseguir a impunidade” dos acusados iranianos para poder “estabelecer plenas relações comerciais” com o Irã. “A presidente entendeu que o petróleo iraniano teria a capacidade de aliviar a severa crise energética que o país vem atravessando”, destacou Nisman. Nesse contexto, o principal interesse de Teerã para assinar o acordo seria “o fim dos alertas vermelhos da Interpol” que pesam sobre os iranianos acusados. “Timerman não cumpriu, não porque não quisesse, mas porque a Interpol o impediu”, afirmou Nisman na denúncia.

“Enquanto transcorriam as negociações diplomáticas públicas”, o plano avançava em canais paralelos com Teerã, momento em que, para Nisman, foi estabelecido o “aspecto fundamental: o desvio da investigação para uma nova e falsa hipótese” que incrimine terceiros e desvincule os iranianos. Dessas tarefas, segundo a denúncia, “participaram ativamente” Khalil, Esteche, Yrimia e Bogado, enquanto Larroque é apontado como um dos interlocutores perante a presidente argentina.

(Com agência EFE)

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