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México acusa prefeito por desaparecimento de estudantes

Procurador-geral responsabilizou José Luis Abarca, que está foragido, pela ação que resultou na morte de 6 pessoas e no sumiço de outras 43 em Iguala

Por Da Redação
23 out 2014, 04h23

A Procuradoria-Geral do México acusou nesta quarta-feira o prefeito da cidade de Iguala de ter ordenado o ataque a tiros contra dezenas de estudantes na noite de 26 de setembro. Pelo menos seis jovens foram mortos e 43 continuam desaparecidos em um crime que chocou o país. O prefeito José Luis Abarca está foragido desde 28 de setembro, quando declarou à imprensa que não tinha responsabilidade no episódio porque estava “em um baile” no momento do ataque. A primeira-dama, María Pineda, e o secretário de Segurança Pública, Felipe Flores, também foram responsabilizados.

“Foram solicitadas ordens de busca e apreensão contra o prefeito de Iguala, sua mulher e seu secretário de Segurança Pública, na qualidade de prováveis responsáveis como autores intelectuais dos fatos”, afirmou o procurador-geral Jesús Murillo Karam, em entrevista coletiva na Cidade do México. Abarca teve o mandato revogado na semana passada pelo Parlamento do Estadual de Guerrero, sob a acusação de manter laços com o narcotráfico.

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Em 26 de setembro, um grupo de estudantes da escola rural de Ayotzinapa foi à cidade vizinha de Iguala para protestar contra políticas discriminatórias de contratação de professores e para arrecadar recursos. Quando retornavam, o ônibus em que estavam foi atacado. Há indícios de que a ação tenha sido realizada por policiais em conluio com o cartel de drogas conhecido como Guerreros Unidos. Até agora, 36 policiais e 27 integrantes do grupo criminoso foram detidos, incluindo o líder do cartel, Cidronio Casarrubias.

Corrupção – Com base nos depoimentos já recolhidos, o procurador-geral afirmou que Abarca deu a ordem para enfrentar os estudantes com medo de que eles sabotassem um evento público de sua mulher, que trabalhava como diretora local de um órgão de Proteção à Infância. A investigação também revelou uma relação promíscua entre o poder e o narcotráfico na cidade. Segundo o procurador-geral, o crime organizado estava totalmente infiltrado na prefeitura de Iguala e fazia pagamentos regulares de até 500 mil reais para, entre outras práticas, subornar a policia local. Parente de dois traficantes, a primeira-dama Maria Piñeda seria a responsável por distribuir a propina.

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Enquanto isso, o mistério sobre o paradeiro dos 43 estudantes desaparecidos continua. Os jovens foram vistos pela última vez dentro de carros de polícia, após o enfrentamento. Segundo relatos de pessoas detidas por envolvimento no caso, os estudantes foram entregues a membros do cartel Guerreros Unidos. Desde o desaparecimento, nove fossas clandestinas foram encontradas em Iguala e nos arredores, com trinta corpos. Testes em 28 corpos indicaram que eles não são dos desaparecidos, mas novos exames serão feitos. Policiais federais estão acompanhando o caso.

Protestos – Nesta quarta, milhares de manifestantes protestaram em todo o México pedindo uma solução para o caso. Em Iguala, alguns dos professores e estudantes que participavam do ato invadiram a prefeitura e colocaram fogo no local, que estava vazio. Na capital mexicana, quase 50 mil pessoas marcharam carregando tochas e velas e repetiram o slogan entoado desde o desaparecimento dos jovens: “Vivos foram levados, vivos os queremos”.

(Com agências France-Presse e EFE)

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