O jornal do Vaticano elogiou nesta segunda-feira o filme Spotlight, que levou o Oscar deste ano de melhor filme, por dar voz às vítimas de abuso sexual cometido pelo clero. O filme narra a investigação do jornal Boston Globe que revelou o grande escândalo de abuso contra crianças na arquidiocese da cidade.
O Osservatore Romano afirmou que o filme não adotou uma posição hostil contra a Igreja. Ele dá “uma voz ao choque e à dor profunda dos fiéis que enfrentaram a descoberta dessa realidade horrível”, disse um artigo da colunista Lucetta Scaraffia. “Está claro agora que na Igreja pessoas demais se preocuparam com a imagem da instituição, e não com a gravidade do ato”, diz o jornal.
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No seu breve discurso após receber o Oscar no domingo, Michael Sugar, produtor do filme, declarou esperar que as vozes das vítimas retratadas “se tornassem um coro que ressoasse até o Vaticano” e pediu ao papa Francisco que protegesse as crianças.
No texto, Scaraffia disse que os comentários de Sugar foram “positivos”, acrescentando que eles mostraram que “há ainda fé na instituição, há confiança no papa, que está continuando com a limpeza iniciada pelo seu antecessor quando ele era ainda um cardeal”. Um segundo texto afirmou que o filme teve “a coragem de denunciar casos que devem ser condenados sem nenhuma hesitação”.
(Com Reuters)