Governo recua e acena com retomada do diálogo com manifestantes

A nova postura acontece depois da escalada da violência e da revolta da população contra a agressão de um manifestante feita por seis policiais

Por Da Redação
16 out 2014, 07h29

**1/24** Protestantes pró-democracia dormem em rodovia de Hong Kong *(Philippe Lopez/AFP)*

**2/24** Manifestantes voltam as ruas de Hong Kong, na China *(VEJA.com/Reuters)*

**3/24** Estudante monta acampamento em rodovia de Hong Kong, em 10/10/2014 *(VEJA.com/Reuters)*

**4/24** Manifestante escuta comício em frente a sede do governo de Hong KOng *(VEJA.com/Reuters)*

**5/24** Manifestante pró-democracia reage durante um discurso em que o governo cancelou negociações marcadas para a próxima sexta-feira (10), em Hong Kong - 9/10/2014. Milhares de estudantes saíram as ruas em protesto para exigir eleições livres, mudanças democráticas e a renúncia do líder Leung Chun-ying *(Carlos Barria/Reuters)*

**6/24** Na imagem, um homem é fotografado nas ruas bloqueadas por manifestantes pró-democracia, na área comercial de Causeway Bay, em Hong Kong. Além de mudanças políticas, o protesto exige ainda que o governante, Leung Chun-ying, renuncie a liderença - 09/10/2014 *(Carlos Barria/Reuters)*

**7/24** Homem sobe as escadas que serviram de mural para manifestantes pró-democracia expressarem suas vontades, em Hong Kong *(Carlos Barria/Reuters)*

**8/24** Um manifestante pró-democracia senta na rua em frente ao prédio do governo de Hong Kong *(Carlos Barria/Reuters)*

**9/24** Manifestantes pró-democracia deitam em esteiras em baixo de tendas improvisadas no meio da rua, em Hong Kong *(Tyrone Siu/Reuters)*

**10/24** Policiais tentam tirar homem de grade colocada por manifestantes pró-democracia em área ocupada de Hong Kong *(Philippe Lopez/AFP)*

**11/24** Jovens com máscara batem em homem que tentava impedi-los de remover barricadas de uma área ocupada por manifestantes pró-democracia em Hong Kong. Grupos contrários aos protestos entraram em confronto com os manifestantes *(Alex Ogle/AFP)*

**12/24** Joshua Wong (centro), uma das lideranças estudantis dos protestos por democracia em Hong Kong, participa de manifestação *(Anthony Kwan/Getty Images)*

**13/24** Manifestantes vão às ruas em Taiwan demonstrar apoio a protestos por democracia de Hong Kong *(Ashley Pon/Getty Images)*

**14/24** Em uma rua de Hong Kong, estudante aproveita calmaria em meio a protestos para fazer a lição de casa *(Paula Bronstein/Getty Images)*

**15/24** Grande lençol listrado é usado por manifestantes que ocupam distrito comercial em Hong Kong *(Liau Chung-ren/Reuters)*

**16/24** Homem segura cartazes formando a frase “pela democracia, com paz” durante protesto perto de prédios públicos em Hong Kong *(Carlos Barria/Reuters)*

**17/24** Estação de primeiros-socorros no distrito financeiro de Hong Kong *(Bobby Yip/Reuters)*

**18/24** Milhares de manifestantes ocupam a rua principal que leva ao distrito financeiro de Wanchai, em frente à sede do governo de Hong Kong, na China. Os manifestantes pró-democracia lançaram uma campanha exigindo maiores liberdades na ex-colônia britânica *(Bobby Yip/Reuters)*

**19/24** Um manifestante anda em meio à fumaça de gás lacrimogêneo disparado por policiais durante um ato pró-democracia, em frente à sede do governo de Hong Kong, na China *(VEJA.com/Reuters)*

**20/24** Milhares de manifestantes bloquearam a rua principal do distrito financeiro de Hong Kong, na China, neste domingo (28) em um ato pró-democracia. A polícia de Hong Kong alegou ilegalidade do ato e disparou repetidas rajadas de gás lacrimogêneo para dispersar os protestantes *(VEJA.com/Reuters)*

**21/24** Um veículo da polícia é fotografado em meio a milhares de manifestantes pró-democracia que bloqueiam a rua principal do distrito financeiro, em frente à sede do governo de Hong Kong, na China *(Bobby Yip/Reuters)*

**22/24** Manifestantes pró-democracia se protegem depois que a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão próximo a sede do governo de Hong Kong, na China *(Olleros Xaume/AFP)*

**23/24** Dezenas de policiais são vistos durante uma manifestação pró-democracia que reuniu milhares de pessoas no centro da cidade de Hong Kong, na China, neste domingo (28). Os manifestantes criticam a decisão de Pequim sobre limitar candidaturas para as eleições de 2017 e cobram uma reforma eleitoral no país *(VEJA.com/Reuters)*

**24/24** Uma manifestação pró-democracia reuniu milhares de pessoas no centro da cidade de Hong Kong, na China, neste domingo (28). Os manifestantes criticam a decisão de Pequim sobre limitar candidaturas para as eleições de 2017 e cobram uma reforma eleitoral no país *(Alex Rofford/EFE)*

O chefe do Governo de Hong Kong se mostrou aberto nesta quinta-feira a uma retomada do diálogo com os estudantes que lideram as manifestações pró-democracia, uma semana depois de suspender as conversações. “Nos últimos dias, incluindo esta manhã, informamos aos manifestantes que gostaríamos de abrir um diálogo sobre o sufrágio universal o mais rápido possível, se possível na próxima semana”, disse Leung Cheun-ying, o chefe do Executivo local. O secretário-geral da organização estudantil, Alex Chow, disse que o grupo ainda não tinha sido informado sobre o diálogo, mas que segue aberto às negociações.

O movimento de aproximação feito pelo Executivo da ex-colônia britânica acontece após o maior momento de tensão na cidade, que testemunhou enfrentamentos mais ríspidos entre os manifestantes e as forças de segurança. Na retirada das barricadas do centro da cidade, policiais efetuaram mais de 40 prisões. A população se revoltou contra a polícia e o governo depois da divulgação de imagens mostrando um manifestante rendido e algemado sendo espancado por seis agentes. Os policiais envolvidos na agressão foram afastados e o caso será investigado.

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Questionado sobre o episódio, o chefe do Executivo da ex-colônia britânica, alvo de pedidos de renúncia dos manifestantes, se recusou a falar sobre as acusações de brutalidade contra a polícia local. “Não deveríamos politizar este incidente”, se limitou a comentar Leung, antes de afirmar que as autoridades abriram uma “investigação imparcial” sobre o ocorrido. O líder estudantil Joshua Wong lembrou aos manifestantes que tinha pedido que os protestos não fossem dirigidos contra os policiais, que só faziam o seu trabalho. “A partir de agora não vou dizer isso nunca mais”, afirmou.

Tumultos – Grupos pró-democracia e a polícia voltaram a se enfrentar na madrugada desta quinta-feira em Hong Kong. Cerca de 300 ativistas do ‘Occupy Central’ tomaram mais uma vez uma das ruas que dá acesso ao Parlamento local e aos escritórios do chefe de governo de Hong Kong, local onde nesta quarta foram registrados os confrontos mais violentos desde o início do protesto, em 28 de setembro.

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As forças de segurança usaram gás de pimenta para dispersar a multidão que bloqueava a passagem em direção aos edifícios do governo. Outro jovem foi detido nesse segundo conflito. Indignados pela agressão mostrada no vídeo publicado ontem, quase 2.000 pessoas, segundo o movimento pró-democracia, se encontraram em uma praça do distrito de Admiralty. No bairro de Mong Kok, onde 200 pessoas se concentraram ontem em protesto contra a repressão policial, um grupo de manifestantes construiu barricadas de até dez metros de altura, mas retirou as barreiras por temer que isso resultasse em resposta dos policiais.

A ‘revolução dos guarda-chuvas’ exige principalmente mais liberdade para a escolha do próximo chefe do Executivo de Hong Kong nas eleições de 2017, algo que o governo central de Pequim, que mantém o controle sobre os candidatos locais, não aceita.

(Com agências Reuters e France-Presse)