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Franceses fazem fila para comprar o novo ‘Charlie Hebdo’

Edição histórica do semanário esgotou rapidamente em várias bancas de Paris

Por Da Redação
14 jan 2015, 05h58

Os franceses formaram longas filas nas bancas do país na manhã desta quarta-feira na tentativa de comprar a nova e histórica edição do semanário satírico Charlie Hebdo, a primeira após o atentado contra a sede do periódico. A chamada “edição dos sobreviventes” chegou às bancas nesta quarta com uma tiragem inédita de 3 milhões de cópias (a circulação normal ficava em torno de 60.000 exemplares) e tradução em diversos idiomas, incluindo o português. Na capa, há uma charge de Maomé chorando e segurando um cartaz com a frase “Je suis Charlie” (Eu sou Charlie), que se tornou símbolo da mobilização contra o terror e a favor da liberdade de expressão.

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“Charlie tem muitos novos amigos”, proclama o semanário em um editorial nas páginas internas. No artigo, a equipe da publicação também agradece aos “milhões” que demonstraram apoio ao Charlie Hebdo nos últimos dias. De acordo com um correspondente da rede britânica BBC que já leu a edição especial, o periódico não perdeu o seu humor característico: “Em uma charge, dois terroristas são vistos subindo ao céu e perguntando: ‘Onde estão as 70 virgens?’. No fundo, a equipe assassinada do Charlie Hebdo está desfrutando uma orgia”, descreve o jornalista Hugh Schofield.

A alta procura esgotou o jornal na maioria das bancas do centro de Paris, com muitos donos de banca relatando que a edição acabou em poucos minutos. Nas estações do metrô da capital francesa, também se formaram filas em frente aos pontos de venda, que se dispersavam assim que era anunciado o fim dos exemplares da revista. “Eu nunca comprei antes, não é bem minha linha política, mas é importante para mim comprá-lo hoje e apoiar a liberdade de expressão”, disse David Sullo, aguardando no final de uma fila de duas dezenas de pessoas em um quiosque no centro de Paris. “Para mim, é importante comprar e mostrar solidariedade dessa maneira, e não apenas com a presença na marcha”, disse Laurent, de 42 anos, na mesma fila, acrescentando que não estava certo de que conseguiria um exemplar porque não havia reservado um dia antes.

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Dentro da edição, vê-se o humor irreverente habitual do semanário. Uma das tiras mostra jihadistas dizendo: “Não deveríamos tocar no pessoal do Charlie… caso contrário, eles vão ser vistos como mártires e, uma vez no céu, esses bastardos vão roubar nossas virgens”. “O que nos faz mais rir é que os sinos de Notre-Dame tocaram em nossa homenagem”, diz o editorial do semanário, que surgiu do movimento de libertação de 1968 e há muito zomba de todas as religiões e dos pilares do poder. Toda a receita da venda da edição desta semana irá diretamente para o Charlie Hebdo, o que dará novo fôlego para uma publicação que vinha lutando com dificuldades financeiras. O preço de capa era de 3 euros (cerca de 10 reais). Um pedido de doações também foi ao ar na mídia nacional.

(Com agência EFE)

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