A França rejeitou nesta sexta-feira um pedido de asilo do fundador do Wikileaks, Julian Assange. O hacker e ativista australiano está morando há três anos na embaixada do Equador em Londres, onde conseguiu refúgio para evitar a extradição para a Suécia devido a suspeita de crimes de abuso sexual.
“A França recebeu a carta do sr. Assange. Uma investigação profunda mostra que no mérito dos elementos legais e materiais da situação do sr. Assange, a França não pode garantir seu pedido”, informou nota emitida pelo gabinete do presidente francês, François Hollande. “A situação do sr. Assange não representa qualquer perigo imediato para sua integridade física”, acrescentou o comunicado. Nesta semana, o jornal Le Monde, o principal diário francês, publicou uma carta aberta de Assange para Hollande, dizendo que sua vida estava em perigo.
Leia também
Além de Merkel, EUA espionaram ministérios alemães e o BCE
Asilo de Assange já custou o equivalente a R$ 54,2 mi aos britânicos
Em junho, a promotoria da Suécia informou que irá interrogar o fundador do Wikileaks na embaixada equatoriana em Londres. Os advogados de Assange iniciaram ano passado uma ofensiva nos tribunais suecos para pedir que fosse suspensa a ordem de prisão preventiva à revelia, determinada em 2010 por quatro suspeitas de crimes sexuais, que Assange sempre negou.
Duas instâncias jurídicas rejeitaram a o pedido se amparando na gravidade dos fatos. Assange é procurado por quatro delitos contra duas mulheres quando visitou a Suécia em agosto de 2010, mas não foi acusado formalmente. O processo esteve rodeado de críticas sobre a solidez das denúncias e os motivos das litigantes. O Equador concedeu asilo político a Assange para evitar que fosse enviado aos Estados Unidos, onde poderia enfrentar um julgamento pelo vazamento de informação confidencial, divulgada no Wikileaks.
Leia mais
Entrevista com Assange: ‘Eu defendo o populismo
Entrevista com Assange: ‘Nascimento do Google foi financiado pelo governo dos EUA
(Da redação)