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Farc admitem que suas ações afetaram população

É a primeira vez que a narcoguerrilha faz uma declaração do gênero; questão envolve direitos das vítimas, um dos pontos das negociações de paz

Por Da Redação
30 out 2014, 20h30

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) admitiram pela primeira vez que suas ações afetaram a população ao longo de décadas de conflito na Colômbia. “Estamos conscientes de que nem sempre os resultados foram os previstos ou esperados e assumimos suas consequências”, afirmou a narcoguerrilha em declaração divulgada nesta quinta-feira.

O grupo afirmou que a população não era o “alvo principal nem o secundário” de suas ações. Falou também em “assumir sua responsabilidade junto às vítimas”. O texto foi lido por um guerrilheiro para a imprensa em Havana, onde as Farc negociam com o governo colombiano um acordo de paz.

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Meses atrás, os negociadores haviam estabelecido que qualquer decisão sobre reparação às vítimas deveria ter como base o reconhecimento de responsabilidade, informou o jornal espanhol El País. A narcoguerrilha, contudo, negava-se a fazer essa admissão de culpa com o argumento de que suas ações foram resposta à violência do Estado. O direito das vítimas é um dos cinco pontos em discussão desde novembro de 2012. Os outros são desenvolvimento rural, participação política, narcotráfico e fim do conflito armado.

O comunicado desta quinta-feira sustenta que ‘é evidente’ que, como guerrilha, as Farc ‘intervieram de maneira ativa’ e ‘impactaram o adversário e de alguma maneira afetaram a população que viveu imersa na guerra’. Criadas na década de 60, as Farc surgiram como um movimento revolucionário e social, mas há muito se tornaram anacrônicas e enveredaram pelo banditismo – envolvimento com tráfico de drogas, sequestro, homicídios, roubos. O confronto com o governo deixou mais de 220.000 mortos e forçou o deslocamento de 5,3 milhões de pessoas ao longo de 50 anos.

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Agora, no âmbito de uma negociação arrastada, que quase custou a reeleição ao presidente Juan Manuel Santos, devido ao ceticismo da população – só 39% acreditam que haverá um pacto -, o grupo vem a público para dizer que, nos casos em que seus guerrilheiros descumpriram as normas e causaram “danos intencionais” a civis, foram adotadas sanções contra os responsáveis.

“Tornamo-nos expressamente responsáveis por todos e cada um dos atos de guerra executados por nossas unidades, conforme as ordens e instruções dadas por nosso comando e assumimos suas derivações”, disse a guerrilha.

(Com agências EFE e France-Presse)

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