A China fez um protesto formal aos Estados Unidos após a notificação do governo de Washington ao Congresso que autorizou a venda de armas a Taiwan, a primeira em quatro anos, por um valor de 1,8 bilhão de dólares (quase 7 bilhões de reais). O vice-ministro de Relações Exteriores da China, Zheng Zeguang, convocou o encarregado de negócios da embaixada americana no país, Kaye Lee, para lhe apresentar o protesto formal por parte de Pequim.
“Taiwan é uma parte inalienável do território da China. A China se opõe firmemente à venda de armas americanas para Taiwan”, disse Zheng. A venda autorizada pelo Departamento de Estado americano inclui duas fragatas, veículos anfíbios de assalto e mísseis antitanque, entre outros equipamentos. Zheng acrescentou para Lee que, a fim de “salvaguardar nossos interesses nacionais, a China decidiu tomar as medidas necessárias, incluindo a imposição de sanções contra as companhias envolvidas nesta venda de armamentos”.
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O vice-ministro de Relações Exteriores chinês comentou que “ninguém” pode quebrar a vontade do governo e do povo chinês de “defender sua soberania nacional e sua integridade territorial, e de se opor à interferência estrangeira”. Os Estados Unidos são o principal fiador externo da segurança de Taiwan, graças à Lei de Relações com Taiwan, aprovada pelo Congresso americano em 1979, e na qual Washington se comprometeu a fornecer armas para a defesa da ilha.
Apesar de os chineses reivindicarem o controle sobre Taiwan, a China e a ilha estão separadas de fato, com dois governos independentes, desde o final da guerra civil, em 1949. Na época, as forças comunistas de Mao Tse Tung expulsaram do continente os apoiadores do Kuo Min Tang (KMT, o Partido Nacionalista Chinês), que se refugiaram em Taiwan. O anúncio da venda de armas chega pouco depois da reconciliação entre os dois territórios asiáticos, e em um contexto de temor diante de uma escalada militar promovida por Pequim no Mar da China Meridional.
(Da redação)