EUA sancionam Kim Jong-un por violações dos direitos humanos
Medida inclui o norte-coreano na seleta lista de governantes que foram sancionados pelos EUA, como o sírio Bashar Assad, o líbio Muamar Kadafi e o iraquiano Saddam Hussein
Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira sanções econômicas contra o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e outras dez pessoas do país por violações dos direitos humanos, em particular pela manutenção de campos de trabalho forçado e pela prática de tortura e execução de dissidentes, reportou o jornal Washington Post. A decisão visa pressionar o regime norte-coreano e enfraquecer seu acesso ao sistema financeiro mundial.
A medida inclui Kim Jong-un na seleta lista de governantes que foram sancionados pelos EUA no passado devido a abusos contra os direitos humanos, como o sírio Bashar Assad, o líbio Muamar Kadafi, o iraquiano Saddam Hussein e o zimbabuano Robert Mugabe.
“Sob Kim Jong-un, a Coreia do Norte segue infligindo crueldade e sofrimento intoleráveis a milhões de pessoas de seu próprio povo, incluindo assassinatos extrajudiciais, trabalhos forçados e tortura”, afirmou em comunicado o subsecretário do Tesouro interino para Terrorismo e Inteligência Financeira, Adam J. Szubin.
As sanções do Departamento do Tesouro afetam Kim Jong-un, outros dez funcionários norte-coreanos e cinco entidades do país envolvidas em monitorar a população e manter entre 80.000 e 120.000 pessoas em prisões para presos políticos. A medida consiste no congelamento das propriedades que possam ter sob jurisdição americana e na proibição aos cidadãos americanos de realizarem transações financeiras com eles.
Os EUA esperam que essas sanções tenham “um efeito dominó no mundo todo”, já que os bancos e as entidades financeiras internacionais usam a lista de indivíduos e entidades sancionadas pelo Tesouro do país “para medir o risco” de negociar com alguém, segundo um alto cargo americano. “A inclusão nesta lista torna arriscado que qualquer entidade de todo o mundo abrigue as propriedades desse indivíduo em qualquer lugar”, acrescentou o funcionário em entrevista por telefone.
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As sanções contra Kim Jong-un ocorrem pelo ditador governar “um dos países mais repressivos do mundo”, com abusos “graves de direitos humanos como execuções extrajudiciais, desaparições forçadas, prisões arbitrárias e detenções, trabalhos forçados e tortura”, segundo indicou o Tesouro americano em comunicado.
“Consideramos que Kim Jong-un é claramente o maior responsável pelos abusos do regime norte-coreano contra seu povo”, ressaltou um dos funcionários que falaram na entrevista coletiva.
Sanções globais – O porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, afirmou nesta quarta-feira que as sanções expõem os líderes norte-coreanos “de uma maneira na qual não estavam antes” e pode fazer com que “outras nações e instituições pensem duas vezes (antes de colaborar com o regime norte-coreano)”.
“Isto repercute por todo o mundo e pode ter um impacto sobre o modo em que outros países, organizações internacionais e instituições financeiras fazem suas considerações”, explicou Kirby, que reconheceu que nenhum desse oficiais norte-coreanos está diretamente exposto a embargos em jurisdição americana.
(Com EFE)