EUA pediram apoio contra EI, mas Teerã rejeitou, diz Khamenei
Irã afirma que os americanos querem aumentar sua presença militar na região.
O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, afirmou nesta segunda-feira que os Estados Unidos pediram ao Irã que participasse da coalizão para lutar contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), mas Teerã rejeitou a proposta. “Os americanos, por meio de seu embaixador no Iraque, pediram nossa colaboração. Eu rejeitei porque suas mãos estão manchadas”, disse Khamenei ao canal de notícias nacional iraniano em entrevista concedida após sair do hospital, onde foi operado há uma semana.
“O secretário de Estado americano [John Kerry], também pediu pessoalmente a Zarif [Mohammed Yavad Zarif, ministro das Relações Exteriores iraniano] e ele também rejeitou”, acrescentou o chefe máximo do Irã. Além de Kerry, “a vice-secretária de Estado americano [Wendy Sherman] fez o mesmo pedido durante as negociações com Araqchi [Abbas Araqchi, vice-ministro das Relações Exteriores iraniano], mas ele também rejeitou”, afirmou Khamenei.
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Segundo Khamenei, “o objetivo dos Estados Unidos na luta contra o Estado Islâmico (EI) é manter sua presença militar na região”, por isso a negativa iraniana. “Agora eles mentem e dizem que não nos convidaram para participar, quando o Irã desde o início tinha anunciado que estava contra a presença americana nessa coalizão”, acrescentou. As declarações de Khamenei ocorrem no momento em que está sendo realizada uma conferência internacional em Paris para formar uma coalizão contra o EI impulsionada por Washington. O Irã não foi convidado para a coalizão, entre outros motivos, segundo Kerry explicou recentemente, por sua participação no conflito sírio.
Apesar da posição de Washington e Teerã contra o EI ter pontos em comum, os dois países estão muito distantes em suas posturas sobre a Síria, onde os EUA apoiam à oposição ao presidente Bashar Assad e o Irã é o principal suporte do regime. Os americanos acusam os iranianos de fornecer armas para as tropas sírias fiéis a Assad.
(Com agências EFE e France-Presse)