Kasich desiste de campanha e deixa caminho livre para Trump
Com o fim da campanha do governador de Ohio, o bilionário se torna o único representante dos republicanos na disputa pelas eleições presidenciais dos Estados Unidos
O governador de Ohio, John Kasich, confirmou nesta quarta-feira o fim de sua campanha pela indicação republicana à disputa pela Casa Branca. “Ao suspender hoje minha campanha, tenho a renovada e mais profunda fé em que o Senhor me mostrará o caminho a seguir”, declarou o político em discurso de vinte minutos realizado em seu Estado natal. Com a desistência, Donald Trump se torna o único pré-candidato do partido para as eleições de novembro, já que o seu outro concorrente, o senador Ted Cruz, já havia deixado a corrida presidencial nesta terça.
Ao se despedir da campanha, Kasich disse que, nesta conjuntura, os Estados Unidos “devem ter em mente que é necessário restituir o poder, o dinheiro e a influência do governo para as pessoas, em qualquer lugar que vivamos. Administrar o país de baixo para cima”. No entanto, afirmou que alguns americanos não entenderam essa mensagem durante a campanha. “Não era sexy, não era uma frase incendiária”, lamentou.
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Kasich tinha na agenda nesta quarta-feira um ato de campanha na região de Washington, mas, no começo do dia, anunciou o cancelamento do evento para convocar uma coletiva de imprensa.
O fim das campanhas de Cruz e Kasich é consequência direta da vitória de Trump nas prévias no Estado de Indiana, na terça-feira. Trump conseguiu até agora 1.053 delegados nas primárias e precisa de 1.237 para confirmar sua vitória na disputa interna antes da convenção do Partido Republicano, prevista para julho. Mas ao ser o único na corrida, sua indicação se torna praticamente inevitável, mesmo faltando prévias em estados importantes, como a Califórnia, em junho.
Reação – Pouco antes do anúncio da desistência de Kasich, Trump, em declaração à emissora Fox News, pediu que os republicanos se unam contra Hillary Clinton, pré-candidata democrata. “Acredito que venceremos Hillary Clinton”, afirmou.
Já falando como candidato republicano, Trump afirmou ainda, desta vez à rede ABC, que o seu vice-presidente será um republicano e “se tratará muito provavelmente de uma pessoa com experiência em política”. “Quero alguém que tenha, de fato, talento para se relacionar com o Senado, para interagir com o Congresso, que possa fazer votar leis”, disse o magnata, acrescentando que não tem intenção de legislar por decreto “como o presidente Barack Obama”.
(Da redação, com AFP)