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Em grave crise, Maduro se apega ao fantasma de Chávez

Nesta quinta-feira faz dois anos da morte do caudilho bolivariano e o combalido governo atual tenta resgatar sua popularidade com celebrações do chavismo

Por Da Redação
5 mar 2015, 14h32

Em meio a uma grave crise econômica, política e social, o governo de Nicolás Maduro apela ao fantasma de Hugo Chávez para tentar resgatar sua popularidade. Nesta quinta-feira, o governo da Venezuela recorda os dois anos da morte de Hugo Chávez. As homenagens ao caudilho morto em 2013 tiveram início com uma queima de fogos de artifício na madrugada, seguida da instalação da a chamada “Tribuna Anti-imperialista” na Praça Simon Bolívar, em Caracas. A tribuna nada mais é que um palanque para Maduro praguejar contra Estados Unidos e retomar as recentes e desacreditadas acusações de que Washington planeja um golpe de Estado contra a Venezuela, com o apoio de políticos opositores e da Colômbia. Durante a tarde, será realizada uma homenagem no Quartel da Montanha, em Caracas, onde repousam os restos mortais de Chávez.

A devoção ao coronel bolivariano permanece na iconografia do chavismo, com murais, cartazes e fotos de seu rosto espalhados pela capital, inclusive nos trens de metrô e ônibus urbanos. Chávez ingressou na cena política venezuelana com a tentativa de golpe que liderou em fevereiro de 1992 contra o falecido ex-presidente Carlos Andrés Pérez, alegando que a Venezuela necessitava de uma mudança de rumo por estar mergulhada na corrupção, injustiça e pobreza. Acabou preso, mas voltaria à arena política e em 1999 chegaria ao poder, abusando da retórica populista. Valendo-se do boom dos preços do petróleo, empreendeu uma série de estatizações, aumentou o controle da economia e lançou extensos programas assistencialistas, considerados insustentáveis pelas fileiras opositoras.

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A figura de Chávez está sempre presente nos discurso de Maduro, mas isso não impediu que sua popularidade derretesse. Maduro conta apenas com pouco mais de 20% de aprovação, uma cifra muito inferior às obtidas por seu antecessor e mentor. “Em outubro de 2012, 44% se autodefiniam como chavistas. Em dezembro, o número caiu para 22%. Ou seja, houve uma redução pela metade do capital político do chavismo”, comentou o analista político John Magdaleno. A popularidade em queda livre Maduro coincide com a volta da violência contra civis, das manifestações contra seu governo e a queda dos preços do petróleo. Tudo isso acontece a poucos meses das eleições legislativas, que, pela primeira vez em muitos anos, o chavismo pode perder, mesmo com a oposição desarticulada.

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Corrupção desenfreada – Apesar da fidelidade de muitos militantes, principalmente os que se beneficiam dos programas governistas, os chavistas começam a demonstrar seu desencanto com os rumos de um governo caótico – mais de 100 ministros já passaram pelo primeiro escalão venezuelano desde que Maduro assumiu o poder, em 2013, e o presidente já anunciou dezenas de intervenções na economia que só fragilizaram as finanças do país e pesaram no bolso da população. As vozes críticas ao “madurismo” surgem, inclusive, dentro das fileiras do chavismo, como aconteceu com Nicmer Evans, analista político do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV, que comanda o país), praticamente expulso da militância, após um artigo em que apontou privilégios e corrupção no governo, como “designar a dedo contratações pelo Estado com possibilidade de privilegiar familiares, amigos ou compadres”.

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(Da redação)

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