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Ditador diz que continuará no poder durante a transição

Em um pronunciamento em rede de TV, Blaise Compaore pediu calma aos manifestantes. Imprensa local noticia que já morreram pelo menos 100 pessoas

Por Da Redação
31 out 2014, 07h43

O ditador de Burkina Faso, Blaise Compaore, anunciou nesta sexta-feira que por enquanto vai continuar no poder e o deixará após um “período de transição”, quando se compromete a ceder o comando ao presidente que for eleito democraticamente, declarou em um pronunciamento à nação. Segundo a rede BBC, em seu discurso, Compaore também informou da suspensão do estado de sítio que ele mesmo tinha decretado na tarde desta quinta-feira, após os protestos violentos na capital Uagadugu contra sua vontade de prolongar seu mandato, que já dura 27 anos.

O chefe de governo, que manteve a dissolução do Executivo, também confirmou o “cancelamento” do projeto de lei para modificar a Constituição que ia permitir-lhe aspirar a um quinto mandato. Compaore pediu aos líderes da oposição que ponham fim às manifestações e apelou para o diálogo com para buscar um caminho rumo à paz e ao restabelecimento da calma. “Os protestos que devastaram e afundaram nosso povo em um estado de estupor não honram esta terra, mas escutei a mensagem e compreendi as elevadas aspirações de mudança”, admitiu.

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Compaore também expressou seus “pêsames às famílias das vítimas” e pediu para a polícia e manifestantes respeitarem a integridade física dos cidadãos e as propriedades públicas e privadas, Segundo as notícias locais, os confrontos entre os manifestantes e as forças que defendem o regime deixaram ao menos uma centena de mortos. Líderes da oposição falam que o número de vítimas fatais é superior ao divulgado nos jornais.

“Continuo convencido de que o diálogo construtivo permitirá a nosso povo recuperar a tranquilidade de antes e olhar para o futuro com confiança”, acrescentou o ditador. Horas antes do discurso, o chefe do Estado-Maior, Honoré Nabere Traoré, anunciou a dissolução do Parlamento e do governo, através de um comunicado. O chefe do Exército burquinense informou a criação de um “órgão de transição integrado por todas as forças da nação”, para garantir o retorno à normalidade em um prazo de doze meses. Além disso, decretou o toque de recolher em todo o país.

Os protestos contra o ditador de Burkina Faso – que está no poder desde 1987 após protagonizar um golpe de Estado – começaram há dois dias, quando milhares de pessoas se manifestaram na capital ao grito de ‘vinte e sete anos é suficiente’, em alusão ao tempo que Compaore está no poder. Desde sua independência em 1960 até a chegada de Campaore à presidência em 1987, a história de Burkina Faso, antes conhecido como Alto Volta, se caracterizou por uma sucessão de golpes de Estado e ondas de violência.

(Com agências EFE e France-Presse)

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