Cristina Kirchner se reuniu secretamente com Snowden na Rússia
A presidente argentina foi a primeira chefe de Estado a se encontrar com o ex-analista da NSA que denunciou a rede espionagem dos Estados Unidos
A presidente argentina Cristina Kirchner foi a primeira chefe de Estado a se reunir com Edward Snowden, o ex-analista de inteligência da Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês) dos Estados Unidos. O encontro foi secreto e ficou de fora da agenda oficial de Cristina durante sua última viagem à Rússia, em abril. Em Moscou, ela firmou acordos econômicos com o Kremlin e trocou afagos com o presidente Vladimir Putin.
A informação, replicada nesta quinta-feira pelos jornais Clarín e La Nación, foi divulgada ao Buenos Aires Herald por Anthony Romero, diretor executivo da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês). “Snowden se reuniu com a presidente Cristina. Eles conversaram por mais de uma hora. Não sei por que ela não fez nenhum comentário público sobre o assunto”, disse. Romero destacou que Cristina “deixou uma impressão boa” no ex-analista da NSA.
Leia também:
Tribunal decide que vigilância da NSA nos EUA é ilegal
NSA ampliou espionagem dentro dos EUA sem o consentimento do Congresso
Romero é um dos advogados de Snowden nos Estados Unidos. Ele se encontra asilado em Moscou após ter vazado para a imprensa uma série de documentos secretos que revelaram a rede de espionagem mantida pelos serviços de inteligência americanos contra cidadãos comuns e até chefes de Estado. Na terça-feira, os senadores dos Estados Unidos aprovaram uma lei que limita o alcance da vigilância da NSA e põe fim à coleta irrestrita de dados telefônicos. O monitoramento das comunicações só poderá ser feito a partir da emissão de uma ordem judicial.
Argentina espionada – Pouco antes da viagem de Cristina para a Rússia, documentos vazados por Snowden provaram que a Grã-Bretanha espionou o governo argentino por conta da controvérsia em torno das ilhas Malvinas e de sua proximidade com o regime iraniano. À época, Buenos Aires convocou o embaixador britânico no país a prestar esclarecimentos sobre o assunto.
(Da redação)