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Conflitos obrigam parlamentares a buscar refúgio em embarcação

Reportagem do 'Guardian' mostra cotidiano de parlamentares que tiveram de sair da capital Trípoli devido a confrontos entre grupos extremistas

Por Da Redação
9 set 2014, 16h10

A situação caótica na Líbia obrigou parlamentares a se instalarem em uma balsa na pequena cidade de Tobruk, no leste do país, perto da fronteira com o Egito. A embarcação de 17.000 toneladas, de bandeira grega, está servindo como um hotel flutuante para os parlamentares, informou o jornal britânico The Guardian. Enquanto o barco – usado inicialmente para transportar carros e viajantes entre a Grécia e a Itália -, serve de moradia, o salão de conferências de um hotel local foi transformado na sala de discussões do Parlamento. Ambas as instalações são protegidas pelo que restou do Exército nacional.

Os parlamentares tiveram de recorrer à balsa porque grupos extremistas islâmicos que ocuparam o vácuo de segurança deixado depois da queda de Muamar Kadafi tomaram a capital, Trípoli, e a maior parte de Bengasi, segunda maior cidade do país. Derna, a cidade mais próxima, foi declarada um califado islâmico. A linha de combate começa no aeroporto de Tobruk, onde caminhões estão a postos com armas antiaéreas.

“Tivemos apenas três dias para preparar tudo em Tobruk e encontrar os espaços para reuniões, lugares para ficar, internet e todo o resto”, disse Muftah Othman, chefe da comissão eleitoral da cidade. O clima dentro da balsa é sombrio. Uma escada rolante, ligada apenas quando a balsa recebe convidados importantes, dá acesso a um deck com bares e restaurantes que geralmente estão vazios. Os filhos dos parlamentares costumam brincar nos corredores da embarcação, enquanto as mulheres dos políticos são servidas por funcionários em trajes impecavelmente brancos, descreve a reportagem do Guardian. Nem funcionários nem parlamentares sabem quanto tempo essa situação será mantida.

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“Precisamos de tempo para reconstruir nosso Exército, restabelecer a segurança e desenvolver nossos conhecimentos para comandar o país”, disse ao jornal o vice-presidente do Parlamento, Mohammed Ali Shuhaib. Por um lado, o governo líbio ainda conta com certa vantagem sobre os jihadistas, pois domina os campos de petróleo. Por outro lado, o conflito já tomou proporções maiores, com os maiores atores regionais assumindo lados diferentes. O Catar está ao lado dos islâmicos e os Emirados Árabes, dos nacionalistas. Recentemente, o Pentágono acusou os governos dos Emirados e do Egito de operar ataques aéreos contra extremistas. O Sudão também está armando os grupos islâmicos.

Em Tobruk, o desafio é encontrar uma coesão parlamentar, destaca a reportagem. Os islâmicos não são a maior facção no país, mas são a mais coesa. As tribos contrárias têm divergências antigas. Unir esses grupos e persuadir alguns islâmicos a acabar com o boicote ao parlamento será crucial. “Se os islâmicos são contrários ao parlamento, eles podem dizer isso aqui. Há um espaço aqui para que manifestem suas opiniões”, disse a parlamentar Amal Bayou. Das duzentas cadeiras parlamentares, apenas 115 estão ocupadas. Além do boicote, intimidação e problemas logísticos resultaram em abandono, deixando a instituição com a credibilidade comprometida.

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