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Computador e celular de Nisman tiveram dados apagados remotamente

O jornal 'Clarín' teve acesso ao resultado da perícia nos dispositivos do procurador encontrado morto. Seu celular estava infectado por um vírus que permite acesso de terceiros

Por Da Redação
2 jun 2015, 09h10

O computador do procurador-geral argentino Alberto Nisman foi invadido remotamente e teve informações apagadas – reporta o jornal Clarín nesta terça-feira. O diário argentino teve acesso a uma perícia dos dispositivos de comunicação de Nisman e o documento revela que aconteceram ao menos dez acessos remotos ao computador, e arquivos foram deletados. A perícia também confirmou a existência de um vírus Trojan (o popular Cavalo de Troia) no smartphone do procurador e a supressão de informações também nesse dispositivo. Um celular infectado pelo vírus Trojan pode ter suas informações acessadas por terceiros, sem que o dono do aparelho perceba isso, explica o jornal.

Os peritos que trabalharam na análise advertiram que as informações eliminadas são de antes de 18 de janeiro, o dia em que Nisman foi encontrado morto em seu apartamento com um tiro em sua cabeça, em condições ainda não esclarecidas. No entanto, a perícia ainda não conseguiu precisar o momento exato em que esses arquivos foram apagados e nem quais dados foram eliminados. Parte da dificuldade em identificar o momento preciso advém do fato de que foram feitas alterações remotas nas configurações da data e hora do computador.

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Uma hipótese é que os arquivos também podem ter sido excluídos quando três pen drives foram colocados simultaneamente no notebook de Nisman às 20h07 do dia 18 de janeiro. Esta informação é fundamental, porque nesse horário o procurador já estava morto há mais de 11 horas, se tomados como verdadeiros o horário da morte revelado pela perícia convocada pela promotora Viviana Fein, que investiga o caso. Posteriormente, os pen drives foram achados escondidos em um quarto que era usado por uma filha de Nisman quando ela dormia no apartamento de seu pai.

A descoberta dos pen drives pode levar a outras informações importantes, pois cada dispositivo tem um número de identificação que é gravado na máquina em que foi usado e esse dado fica armazenado e pode ser rastreado. Assim, é possível saber se os pen drives eram usados apenas por Nisman ou se pertenciam a outras pessoas e foram usados em outros computadores.

Capacidade técnica – Um fato que chamou a atenção dos peritos foi a alta complexidade técnica das operações. A supressão de informações do notebook e do telefone não foi uma exclusão simples, que poderia ser revertida acessando a lixeira do computador, mas foi feita por um software especial. No caso do telefone, além do vírus espião, a perícia constatou que registros de ligações foram apagados, assim como mensagens de texto e de WhatsApp.

Outro fato que surpreendeu os especialistas é que o computador do procurador não tinha nenhuma proteção. Porém, Diego Lagomarsino, o técnico de informática que prestava serviço a Nisman, afirmara que ele foi contratado justamente parar ajudar o procurador nessas questões técnicas. Por ter dado a Nisman a arma que foi encontrada ao lado de seu corpo, Lagomarsino é até agora o único indiciado no caso.

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Histórico – O promotor foi encontrado morto com um tiro na cabeça apenas quatro dias depois de denunciar que a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, encobriu a participação de iranianos no ataque à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994. Ele investigou o atentado que matou mais de 80 pessoas por dez anos. Recentemente, a Justiça argentina arquivou a denúncia de Nisman contra a presidente por “inexistência de crime”.

Em março, reportagem de VEJA revelou que três ex-integrantes da cúpula de Hugo Chávez confirmam a conspiração denunciada por Nisman. Segundo eles, hoje exilados nos Estados Unidos, o Irã mandou dinheiro por intermédio da Venezuela para a campanha de Cristina Kirchner em troca de segredos nucleares e impunidade no caso Amia.

(Da redação)

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