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Com presidente fora do país, militares tentam golpe no Burundi

O mandatário Pierre Nkurunziza classificou a tentativa de tirá-lo do poder de 'piada'. O país enfrenta protestos desde que o presidente anunciou que tentaria um terceiro mandato

Por Da Redação
13 Maio 2015, 16h33

Militares do Burundi aproveitaram uma viagem ao exterior do presidente Pierre Nkurunziza para declarar um golpe de Estado. O major general Godefroid Niyombare anunciou nesta quarta-feira a deposição do mandatário e a formação de um governo de transição. O motivo alegado pelos militares foi o fato de Nkurunziza anunciar que concorreria a um terceiro mandato, o que é inconstitucional no país. As eleições presidenciais estão previstas para o mês de junho.

O presidente, que participa de um encontro de nações africanas na Tanzânia, classificou a tentativa de tirá-lo do poder de “piada”. “É com pesar que nós tomamos conhecimento que um grupo das Forças Armadas se amotinou nesta manhã e declarou um golpe imaginário. Esta tentativa de golpe foi frustrada e estas pessoas que leram o anúncio do golpe no rádio estão sendo caçadas pelas forças de defesa e segurança para que possam ser levadas à Justiça”, disse a Presidência, por meio de um comunicado. Um porta-voz do presidente afirmou que ele não teme as ameaças e discursará à nação assim que voltar ao país.

Ao anunciar a destituição do presidente em pronunciamento transmitido pela Rádio Pública Africana, o general disse ter ordenado “o fechamento do aeroporto e das fronteiras” e pediu para que “cada cidadão e oficial de segurança dirija-se ao aeroporto para protegê-lo”. Milhares de pessoas foram às ruas comemorar a queda de Nkurunziza.

Protestos – A ação dos militares ocorre após semanas de protestos que resultaram na morte de mais de vinte pessoas. A população se rebelou contra o governo depois do anúncio de que o presidente tentaria uma nova reeleição. Nesta quarta, milhares de pessoas andaram ao lado de soldados quando o golpe foi anunciado. De acordo com a rede BBC, manifestantes invadiram a penitenciária local e libertaram os presos antes de queimarem o prédio. Há relatos de que os militares leais a Nkurunziza iniciaram negociações com a ala golpista, mas a Presidência nega.

Chefes de Estado de países do leste africano que se encontram na Tanzânia condenaram o golpe e cobraram a retomada da “ordem constitucional”. O Departamento de Estado americano emitiu um comunicado pedindo para que “todos os partidos cessem a violência imediatamente e retrocedam”. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, solicitou que as partes envolvidas baixem as armas.

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Autoridades locais calculam que mais de 50.000 pessoas fugiram do Burundi desde a eclosão dos protestos contra Nkurunziza. A União Europeia informou ter suspendido parte da ajuda ao país, incluindo apoio para a realização do pleito presidencial, devido aos conflitos registrados nas últimas semanas.

O Burundi, uma das nações mais pobres do mundo, viveu um longo período de conflito étnico entre hutus e tutsis. O primeiro presidente democraticamente eleito do país foi assassinado em 1993, o que deu início a uma guerra civil que durou doze anos e deixou mais de 200.000 vítimas. Um acordo entre as facções em 2003 abriu caminho para um processo de transição. Uma nova Constituição foi estabelecida em 2005.

(Da redação)

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