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Cameron defende que resgates não sejam pagos a terroristas

Premiê britânico advertiu líderes da Otan que pagamentos financiam mais atos de terror. Refém britânico está sob ameaça do grupo Estado Islâmico

Por Da Redação
4 set 2014, 19h53

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, alertou nesta quinta-feira lideranças da Otan reunidas no País de Gales a não responder aos milionários pedidos de resgate feitos pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI) para libertar reféns estrangeiros sequestrados na Síria e Iraque. Ele salientou que realizar os pagamentos apenas aumentam os recursos para que mais atos terroristas sejam realizados contra o Ocidente.

Após a decapitação de James Foley e Steven Sotloff, dois jornalistas americanos, os jihadistas ameaçaram de morte o cidadão britânico David Haines, também raptado na Síria. Para Cameron, enviar dinheiro aos radicais configuraria um erro na estratégia de combate ao EI. “O que importa não é a assinatura em uma declaração, mas não permitir que quantias em dinheiro sejam enviadas aos terroristas sequestradores. Esse dinheiro será investido em armas e em planos terroristas que levarão a novos sequestros”, afirmou, referindo-se a um documento assinado por países do G8 no ano passado com uma posição contrária ao pagamento de resgates. O premiê não fez críticas a nenhum país em particular, mas sabe-se que ele não gostou de saber que França, Espanha e Itália violaram o previsto na declaração, informou o jornal britânico The Guardian.

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A Grã-Bretanha está buscando uma forma de negociar a libertação de Haines sem ter de oferecer dinheiro aos terroristas. “É uma situação absolutamente horrível quando isso ocorre e eu quero que as pessoas saibam que estamos fazendo tudo o que é possível”.

Pai de duas filhas, de 17 e 4 anos de idade, Haines foi sequestrado no ano passado no campo de refugiados de Atmeh, na província síria de Idlib, perto da fronteira com a Turquia. O campo abriga mais de 30.000 pessoas. Ele foi sequestrado junto com um italiano que, assim como ele, trabalhava para uma organização de ajuda humanitária francesa. O italiano foi libertado em maio. “Eu sei que é difícil ouvir isso, e pensei nisso com muito cuidado, mas estou absolutamente convencido de que a política de não pagar resgates é correta”. (Continue lendo o texto)

O terror do Estado Islâmico tomou boa parte das discussões dos membros da Otan nesta quinta-feira, no País de Gales. A pressão para uma intervenção na região dominada pelos jihadistas aumentou com a divulgação dos vídeos com as decapitações de jornalistas americanos, mas a aliança militar ainda rejeita essa opção. “Estou contente com o fato de os Estados terem dado passos individuais para ajudar o Iraque. Também comemoro a ação militar americana e que outros países tenham contribuído de diversas formas. Creio que a comunidade internacional tem a obrigação de impedir o avanço do EI. Mas, no tocante à Otan, não aprovamos ainda nenhuma resolução para formalizar um compromisso”, disse o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, em declaração reproduzida pelo jornal espanhol El País.

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Cameron e o presidente americano Barack Obama, no entanto, defenderam que a Otan deve rejeitar impulsos “isolacionistas” e confrontar a ameaça. “Não vamos hesitar em nossa determinação de confrontar” o EI, ressaltaram em um artigo conjunto publicado nesta quinta. Ao chegar para a reunião, Cameron disse estar analisando a possibilidade de também realizar ataques aéreos contra os jihadistas, como os Estados Unidos estão fazendo desde o mês passado. A França reconhece timidamente a necessidade de agir para que o EI não emplaque novos ganhos territoriais. Grã-Bretanha e Alemanha concordaram em enviar armas para os curdos que combatem os jihadistas no norte do Iraque.

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