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Britânica está presa há 80 dias no Irã por ter assistido a jogo de vôlei

A mulher está sob custódia na prisão de Evin, reservada para prisioneiros políticos e jornalistas. A família alega que não há nenhuma acusação contra ela

Por Da Redação
18 set 2014, 15h20

A família de uma britânica denunciou nesta quinta-feira a prisão arbitrária de Ghoncheh Ghavami, uma mulher que também tem cidadania iraniana e que está há oitenta dias detida no Irã sem que nenhuma acusação fosse formalizada contra ela. Ao jornal Daily Telegraph, o irmão de Ghoncheh, Iman, afirmou que ela foi levada sob custódia depois de assistir a uma partida de vôlei masculino, em 20 de junho. Liberada em um primeiro momento, ela voltou à delegacia para recuperar os seus pertences, mas passou a ser interrogada pelos guardas que notaram o seu passaporte britânico. Desde então, a mulher está na prisão de Evin, reservada para prisioneiros políticos e jornalistas, sem saber quando será liberada pelas autoridades locais.

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No Irã, as mulheres são proibidas de assistir às partidas de futebol desde a revolução de 1979. O veto foi estendido para os jogos de vôlei em 2012, mas Ghoncheh achou que a proibição havia sido cancelada após um jornal local pedir o comparecimento das mulheres nos eventos esportivos. De acordo com os parentes, a britânica de 49 anos estudava direito em Londres e tinha viajado ao Irã para ver a família e realizar trabalhos voluntários com crianças. Ela obteve a dupla cidadania pelo fato de sua mãe, Soosan Moshtaghian, ter sido criada na Grã-Bretanha.

Iman declarou que a polícia iraniana invadiu a casa da família após a prisão da britânica e levou todos os telefones, laptops e tablets. Eles conseguiram entrar em contato com Ghoncheh semanas depois, mas a ligação foi cortada após a mulher dizer que estava presa em um regime solitário. Cinquenta dias depois, os familiares foram autorizados a visitá-la na cadeia. A mulher recebeu apenas quatro visitas dos parentes nos últimos oitenta dias. “Ela está na pior parte da prisão e sendo interrogada repetidamente sem a presença de um advogado. É o pior lugar do mundo”, disse Iman. “Minha mãe teve de deixar a sala de visitas e vomitou tanto que desmaiou”, completou.

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Segundo a família, o ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha foi contatado, mas não obteve nenhum avanço ao tentar negociar com o Irã. Iman afirmou que a chancelaria prometeu enviar uma nota oficial ao país e não entrou mais em contato desde então. Diante da inação do governo, o irmão de Ghoncheh lançou uma petição online para chamar a atenção da população para a situação. O documento já foi assinado por 38.000 pessoas.

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Procurada pelo Daily Telegraph, a chancelaria britânica disse que contatou o governo iraniano e “expressou nossas preocupações e pediu mais informações sobre as condições [de Ghoncheh] e as acusações que pesam contra ela”. A Grã-Bretanha, contudo, não possui presença diplomática no Irã, uma vez que a embaixada foi fechada após um ataque realizado em dezembro de 2011. O diplomata encarregado de se relacionar com Teerã, Ajay Sharma, reside em Londres e viaja esporadicamente para a capital iraniana. A chancelaria também chamou atenção para o fato de o Irã não reconhecer a dupla cidadania da mulher. Para o regime islâmico, o passaporte britânico de Ghoncheh é irrelevante nesta situação.

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