Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Barco com 350 imigrantes fica preso em alto mar próximo à Tailândia

A embarcação foi abandonada pela tripulação com o motor desligado. Dez pessoas morreram após mais de 6 dias sem água e comida

Por Da Redação
14 Maio 2015, 22h48

Um barco com imigrantes vindos do Mianmar foi encontrado encalhado no Mar de Andamão, entre a Tailândia e a Malásia nessa quinta-feira, depois que a tripulação abandonou mais de 350 pessoas em alto mar. O grupo ficou preso por uma semana, sem água ou comida. Segundo os imigrantes, 10 pessoas morreram.

O barco de pesca, carregando aproximadamente 350 pessoas da minoria muçulmana rohingyas, foi impedido de entrar na Tailândia. “Negamos a eles a entrada no país, mas lhes demos alimento e água em respeito a nossas obrigações em relação aos direitos humanos”, afirmou Puttichat Akhachan, da polícia local, à Reuters.

Leia também:

UE quer acolher 20.000 imigrantes; mas alguns países terão opção de recusar

UE pede à ONU aval para combater imigração ilegal

Vídeo flagra desespero de imigrantes ao tentar se salvar no Mediterrâneo

Continua após a publicidade

Imagens de televisão mostraram mães em pranto e crianças pequenas pedindo ajuda. As pessoas a bordo contaram à rede BBC que a tripulação do barco os abandonou em alto mar depois de mais de dois meses de viagem e desligou o motor da embarcação. “Somos 300. Estamos no mar há dois meses. Queremos ir para a Malásia, mas não conseguimos chegar ao país”, disse um dos imigrantes aos jornalistas que se aproximaram da embarcação. “Não comemos nada há uma semana, não temos onde dormir e meus filhos estão doentes”, declarou Sajida à AFP.

Acredita-se que outras milhares de pessoas ainda estejam a bordo de barcos ao longo da costa da Tailândia e Malásia, todas muçulmanas rohingyas fugindo da perseguição em Bangladesh e Mianmar. No entanto, os governos da Malásia e Tailândia não permitem a entrada das embarcações e dos imigrantes.

“O que você espera que façamos?”, disse o vice-primeiro-ministro do Interior da Malásia, Wan Junaidi. “Temos tratado de forma humana, mas eles não podem invadir nossas costas”, acrescentou. “Temos de enviar a mensagem certa de que eles não são bem-vindos aqui.”

Leia também:

O desafio da imigração na Europa: problema enorme para soluções pequenas

Continua após a publicidade

Cerca de 3.000 imigrantes resgatados chegam à Itália

Rumo à Europa, imigrantes enfrentam racismo, tortura e afogamento

No domingo, cerca de 1.000 refugiados desembarcaram nas margens de Langkawi, uma ilha ao norte da Malásia e perto da Tailândia. Outros 600 chegaram clandestinamente à Indonésia. O primeiro-ministro tailandês, o general Prayuth Chan-ocha, também deixou claro que o seu governo não tem recursos para acolher refugiados. “De onde virá o dinheiro? Ninguém os quer”, afirmou.

Os governos da região receberam apelos de todos os tipos para que organizem operações de resgate. Os Estados Unidos reiteraram, nesta quinta-feira, seu chamado aos países asiáticos: “Estamos preocupados com a situação e exigimos aos países da região que trabalhem juntos para salvar vidas no mar”, disse, em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Jeff Rathke.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) alertou que a situação pode se tornar um “desastre humanitário enorme”. Matthew Smith, diretor-executivo do grupo sem fins lucrativos de direitos humanos Fortify Direitos também expressou sua preocupação diante do descaso dos países asiáticos: “vidas estão em jogo”, lamentou.

Continua após a publicidade

(Da redação)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.