Avião da AirAsia subiu em velocidade excessiva antes de cair
Ministro dos Transportes da Indonésia afirma que velocidade alcançada é rara até para aviões de combate. Caixas-pretas estão sendo analisadas
Por Da Redação
20 jan 2015, 14h32
O avião da AirAsia que caiu no Mar de Java no final do ano passado voava em uma velocidade excessiva e parou antes da queda, informou o ministro dos Transportes da Indonésia, Ignasius Jonan. O Airbus A320 decolou de Surabaya, na Indonésia, no dia 28 de dezembro, rumo a Singapura. Cento e sessenta e duas pessoas estavam a bordo. Não houve sobreviventes.
“Nos últimos minutos, o avião assumiu uma velocidade superior ao normal”, explicou o ministro durante uma audiência no Parlamento. “De repente, ultrapassou a velocidade limite permitida e parou”, acrescentou, citando dados do radar do aparelho.
Segundo ele, a aeronave subiu a uma altura de 6.000 pés por minuto pouco antes de desaparecer, uma velocidade incomum para um voo comercial. “É muito raro para aviões comerciais, que geralmente sobem a uma velocidade de 1.000, 2.000 pés por minuto”, disse, acrescentando que uma velocidade como esta é rara até mesmo para aviões de combate. O ministro explicou que ainda não se sabe qual foi o motivo que levou o avião a subir tão rapidamente.
Em seu último contato com os controladores de tráfego, os pilotos do voo 8501 da AirAsia pediram para passar dos 32.000 pés em que estavam para uma altura de 38.000 pés, em uma tentativa de evitar uma tempestade. No entanto, a permissão foi negada por causa do tráfego pesado na região. Quatro minutos depois, a aeronave desapareceu. Nenhum sinal de socorro foi recebido.
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Uma ascensão muito rápida pode levar o avião a perder a sustentação (estol). Em 2009, o Airbus A330 da Air France que desapareceu no Oceano Atlântico durante um voo entre o Rio de Janeiro e Paris parece ter entrado no mesmo estado antes de cair. Justin Dubon, porta-voz da Airbus, afirmou nesta terça-feira que ainda é muito cedo para comentar sobre possíveis similaridades entre os dois acidentes.
“Até o momento, conseguimos transcrever metade do gravador de voz do cockpit”, afirmou Nurcahyo Utomo, comissário do Comitê Nacional de Segurança do Transporte. “Ainda é cedo para tirar qualquer conclusão, porque não sabemos o que está na outra metade”. Segundo Utomo, não há sinais de terrorismo nem qualquer outra voz dentro do cockpit que não seja as do piloto e copiloto. Os investigadores se concentram agora “na possibilidade de danos à aeronave e fatores humanos”, acrescentou.
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