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Austrália pede investigação sobre corrupção no julgamento de condenados à morte na Indonésia

A Ministra das Relações Exteriores australiana afirmou que as alegações de que os juízes pediram dinheiro para comutar as penas de morte para os dois eram 'muito graves'

Por Da Redação
27 abr 2015, 09h47

A Austrália fez um apelo de última hora à Indonésia nesta segunda-feira para adiar a iminente execução de dois traficantes de drogas australianos, dizendo ser preciso investigar os relatos surgidos na imprensa asiática de que o julgamento deles foi alvo de corrupção. O pedido da ministra das Relações Exteriores australiana, Julie Bishop, aprofundou uma disputa diplomática entre os dois países. Julie afirmou que as alegações de que os juízes pediram dinheiro para comutar as penas de morte para os dois eram “muito graves” e colocavam em questão a integridade do processo de condenação.

O governo brasileiro também apresentou apelos à Indonésia pedindo por clemência para Gularte, que pode se tornar o segundo cidadão do país a ser executado na Indonésia este ano após o fuzilamento de Marco Archer Cardoso Moreira, em janeiro, também condenado por tráfico de drogas. Em conversa com repórteres no aeroporto de Jacarta, após retornar de uma cúpula regional em Kuala Lumpur, o presidente indonésio, Joko Widodo, disse que tais preocupações deveriam ter sido transmitidas anos atrás, quando o caso transitou nos tribunais. “Por que eles não falaram isso quando isso aconteceu, por exemplo?”, afirmou.

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Armanatha Nasir, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Indonésia, declarou que os australianos Myuran Sukumaran e Andrew Chan tiveram acesso a todas as vias legais para contestar suas sentenças de morte. A Austrália precisaria apresentar provas da suposta corrupção, acrescentou. Os dois estão entre nove condenados por tráfico de drogas, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte e prisioneiros das Filipinas, Nigéria e Indonésia, todos prestes a ser executados por um pelotão de fuzilamento na noite de terça-feira.

Aumentando a pressão para tentar salvar a cidadã filipina condenada, que tem dois filhos e diz ter sido enganada para transportar drogas, o presidente das Filipinas, Benigno Aquino, apelou a Widodo na cúpula das nações do Sudeste Asiático por “consideração humanitária”. Widodo, em um primeiro sinal de amolecimento, disse ao líder filipino que compreendia sua posição e iria consultar o procurador-geral sobre o caso, afirmou um porta-voz do presidente das Filipinas, Benigno Aquino, em Kuala Lumpur.

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A Indonésia tem punições severas para crimes relacionados com drogas e retomou as execuções em 2013, depois de um hiato de cinco anos. Widodo tem sido inflexível em sua linha dura contra traficantes. Sua recusa de conceder clemência aos estrangeiros no corredor da morte tem resultado em relações tensas com vários países, particularmente a vizinha Austrália e também com o Brasil.

Os nove condenados estão sendo mantidos em uma prisão de segurança máxima na ilha de Nusakambangan, onde dezenas de policiais e militares começaram a reforçar a segurança nesta segunda-feira, erguendo barreiras para manter o público longe do local. Um agente funerário local, Suhendro Putro, disse que entregou nove caixões para a polícia no domingo. “Eu não posso dizer que eles são para aqueles prisioneiros, mas fui chamado para uma reunião hoje no porto para preparativos. Eu não sei quando exatamente as execuções vão acontecer”, disse.

(Da redação)

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