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Ataques em Paris põem o 13 de novembro no calendário do terror e matam mais de 150

No cenário da maior carnificina, a casa de espetáculos Bataclan, homens armados atiraram por mais de dez minutos contra o público que assistia a um show de rock, deixando mais de cem mortos

Por Da Redação
14 nov 2015, 00h32

Os primeiros disparos dos terroristas islâmicos mal haviam ocorrido em Paris na noite desta sexta-feira, 13 de novembro, quando o submundo da internet passou a celebrar esse novo ataque à civilização. “O Ocidente costumava viver tranquilo e incendiar as terras muçulmanas com a guerra, mas depois da emergência do califado o jogo mudou #françaemchamas”, dizia uma das mensagens. “Ah, cruzados, estamos chegando com bombas e fuzis. Esperem por nós”, dizia outra. O ataque logo mostrou suas verdadeiras proporções. Seis locais da capital francesa foram atingidos quase simultaneamente. Dois suicidas detonaram explosivos nos arredores do Stade de France. No cenário da maior carnificina, a casa de espetáculos Bataclan, homens armados atiraram por mais de dez minutos contra o público que assistia a um show de rock, deixando mais de cem mortos. O saldo da noite foi de ao menos 153 vítimas fatais.

Concretizou-se assim um cenário de pesadelo que assombrava especialistas franceses em contraterrorismo. Há meses eles colhiam indícios de que uma ação com essas características estava sendo planejada – possivelmente por jovens nascidos na Europa e convertidos ao jihadismo em viagens à Síria e Iraque. A extensão do terror fez com que o presidente francês, François Hollande, decretasse estado de emergência e anunciasse o primeiro toque de recolher em Paris desde o fim da II Guerra Mundial. Os efeitos desta sexta-feira vão repercutir por muito tempo. Como disse o presidente americano, Barack Obama: “Trata-se de um ataque não só contra os franceses, mas contra toda a humanidade e contra os valores que compartilhamos”.

Ataques – As autoridades contabilizaram seis ataques em toda a cidade. No ataque que deixou mais vítimas, quatro terroristas invadiram a boate Bataclan durante o show da banda de rock Eagles of Death Metal e mantiveram centenas de reféns por quase duas horas. Os quatro se explodiram quando a polícia invadiu o local. As autoridades confirmaram a morte de mais de uma centena de pessoas. Oficiais disseram que o cenário era de “carnificina”. Testemunhas contaram que os terroristas gritavam palavras em árabe – “Allahu Akbar” (‘Deus é grande’, em português) – enquanto atiravam “em nós como se fôssemos passarinhos”.

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Três outros bares e restaurates (Le Carillon, Le Petit Cambodge e La Belle Equipe), todos próximos à casa noturna, também foram alvos de ataques por homens armados. Ainda não há confirmação de quantas pessoas morreram em cada ataque. Após as primeiras notícias dos atentados, cerca de 1.500 soldados franceses foram mandados às ruas de Paris.

Stade de France – Os terroristas também detonaram explosivos nos arredores do Stade de France, onde acontecia o amistoso entre França e Alemanha – dois ataques suicidas e uma bomba, segundo a polícia. Uma das explosões foi captada claramente pelos microfones da transmissão. Após o fim da partida, e com as notícias da série de ataques que acontecia na capital francesa, a torcida foi impedida de deixar o local pela polícia e algumas pessoas saíram das arquibancadas e passaram a aguardar no gramado do campo, aterrorizadas.

Hollande, que assistia à partida e foi retirado às pressas do estádio de futebol, declarou estado de emergência no país. “É mais uma provação terrível que mais uma vez nos acomete. Sabemos quem são. Sabemos de onde vêm esses criminosos”, afirmou. “Nesses momentos muito difíceis temos de ter compaixão e solidariedade. Mas também unidade e sangue frio. Frente ao terror, a França deve ser grande, ser forte. As autoridades devem ser duras e chamar cada um à sua responsabilidade”, prosseguiu.

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Casa Branca – Em um breve pronunciamento na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, classificou os atentados como um “ataque contra a humanidade” e afirmou que as autoridades americanas estão preparadas para auxiliar o governo francês. “Mais uma vez nós vimos uma tentativa ultrajante para aterrorizar civis inocentes”, afirmou a jornalistas em Washington.

Brasileiros – O DJ brasileiro Thy San, 38, que mora a cerca de um quilômetro da casa de espetáculo Bataclan, relatou ao site de VEJA o clima de tensão em Paris. Ele voltava para casa no momento dos atentados, ouviu sirenes, viu a forte movimentação policial e chegou a ouvir o barulho de bombas. Mas só pôde entender o que realmente estava acontecendo quando chegou em sua casa e se surpreendeu com a quantidade de amigos querendo saber se ele estava bem. “Nem desconfiei que pudesse ser um ataque terrorista, embora por aqui as pessoas vivam falando disso”, diz. Na televisão, Thy assistiu ao alerta para que ninguém saísse às ruas. San então contatou seus amigos e descobriu que vários deles estavam dentro de bares, que, como medida de segurança, decidiram fechar as portas – com os cliente dentro.

Ao menos dois brasileiros ficaram feridos nos ataques terroristas. A informação foi repassada pelo Consulado do Brasil em Paris ao Itamaraty, em Brasília. O Itamaraty ainda não tem detalhes do estado de saúde e da identificação das vítimas, tampouco sobre o local em que os brasileiros estavam e como foram atingidos.

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(Da redação)

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