Um atentado suicida talibã deixou ao menos 20 mortos nesta segunda-feira em uma base policial no centro de Cabul, capital do Afeganistão, poucos dias antes de uma nova rodada de negociações com o grupo islamita, informou o ministério do Interior afegão. “Como resultado do ataque terrorista desta tarde, 20 pessoas foram martirizadas e outras 29 ficaram feridas”, acrescentou o ministério. Mais cedo, o vice-ministro do Interior tinha informado o número de 10 mortos.
Em um primeiro momento, o ministério do Interior anunciou um carro-bomba, mas depois informou que o criminoso estava a pé e detonou a carga explosiva em uma fila em que pessoas aguardavam para entrar na base. “Todas as pessoas mortas são policiais da Força de ordem civil”, um órgão da polícia nacional afegã, indicou uma fonte do ministério.
Os talibãs reivindicaram a autoria do atentado. O porta-voz do grupo, Zabihullah Mujahid, escreveu no Twitter que 40 policiais morreram e vários ficaram feridos, mas o grupo insurgente é conhecido por exagerar o balanço de vítimas de seus ataques contra o governo afegão.
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O atentado aconteceu antes da terceira rodada de discussões, previstas para o próximo sábado em Islamabad, capital do Paquistão, com a participação de representantes de Afeganistão, Paquistão, China e Estados Unidos.
Nos últimos meses, os talibãs intensificaram os ataques contra o governo e alvos estrangeiros no país, além de conquistar temporariamente o controle da cidade de Kunduz, norte do país, e dominar territórios na província de Helmand (sul), onde o ópio é cultivado.
Os analistas acreditam que os talibãs tentam conquistar novos territórios para ter mais peso durante as negociações. As primeiras reuniões diretas aconteceram em julho no Paquistão, mas foram interrompidas pelo anúncio da morte do comandante do grupo extremista, o mulá Omar.
A primeira e segunda rodadas de negociações com presença internacional aconteceram no mês passado em Islamabad e Cabul. Com a esperança de reviver esse diálogo, duas reuniões foram organizadas este ano com os representantes afegãos, paquistaneses, americanos e chineses. Mas até agora, os talibãs não participaram nesta nova rodada de negociações.
(Com AFP)