Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

As transformações do Irã, livre de Ahmadinejad

VEJA constatou a extraordinária mudança nas ruas da capital, Teerã. Os enforcamentos em praça púbilca caíram, o Facebook está prestes a ser liberado e as mulheres testam até onde é possível esticar a corda no regime dos aiatolás

Por Thaís Oyama, do Irã; fotos Adam Dean
Atualizado em 10 dez 2018, 09h57 - Publicado em 14 dez 2013, 09h35

Há quase oitenta anos alguém diz aos iranianos como eles têm de se vestir – mais precisamente, o que têm de pôr na cabeça. Nos anos 30, o xá Reza Pahlevi, na tentativa de arejar o seu reinado com os ventos do Ocidente, proibiu o uso de turbantes para os homens e o de lenços para as mulheres. Por um período, chegou a ordenar que todo iraniano usasse chapéu. Quando os aiatolás tomaram o poder, em 1979, a lei mudou novamente – o véu passou a ser obrigatório, sendo o preço da desobediência uma bateria de chibatadas. Hoje, as regras vetam aos homens o uso de calças curtas, camisetas justas e gravata, o símbolo máximo e execrado da decadência ocidental. Quanto às mulheres, as que não usam xador – a veste negra que deixa só o rosto e as mãos de fora – têm de esconder os cabelos e usar saias compridas ou calças largas cobertas por casacos que vão até o meio da canela. E assim, embalados em figurino islamicamente correto, caminhavam iranianos e iranianas até 15 de junho, quando, contrariando as previsões, o clérigo Rohani derrotou o arquiconservador Saeed Jalili – que, não de todo injustamente, chegou a ser comparado ao ditador norte-coreano Kim Jong-un (entre as suas propostas, estava a de dar uma banana para o Ocidente e salvar a economia do país colocando a população para fabricar sorvetes).

Há motivos para otimismo. Desde a posse de Rohani, em agosto, os enforcamentos em praça pública, antes semanais, caíram drasticamente. Presos políticos foram libertados e a odiada polícia da moralidade, que circula em minivans pelas cidades à cata de flagrantes anti-islâmicos, praticamente sumiu de cena em Teerã. Espera-se para breve a liberação do Facebook e do Twitter, largamente utilizados mas oficialmente bloqueados desde 2009, quando os protestos contra a contestada reeleição de Mahmoud Ahmadinejad eclodiram nas ruas. O poderoso ministro das Relações Exteriores, Javad Zarif, já usa o Twitter há algum tempo e o próprio Rohani agora tem uma página no Facebook. O empenho do clérigo xiita em mostrar sua face moderada é tamanho que na semana passada ele se fez fotografar numa estação de alpinismo de boné de beisebol no lugar do turbante. Os aiatolás responderam à cena com um tonitruante silêncio.

Continua após a publicidade

Para ler a continuação dessa reportagem compre a edição desta semana de VEJA no IBA, no tablet ou nas bancas.

Outros destaques de VEJA desta semana

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.