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Após atentados em Copenhague, cartunista é obrigado a se esconder

Lars Vilks, que seria o alvo do ataque do último sábado, mudou-se para um local secreto

Por Da Redação
16 fev 2015, 18h57

O cartunista Lars Vilks, possível alvo do ataque ocorrido no sábado em Copenhague, mudou-se para um local secreto, segundo a polícia sueca. “Seu domicílio em Höganäs (sul da Suécia) não é um lugar onde ele estaria em segurança. Ele deve ir para um lugar seguro”, declarou a porta-voz da polícia, Ewa-Gun Westford. O sueco de 68 anos de idade vive sob proteção policial desde 2007, quando foi ameaçado de morte por causa de uma charge que em que representou Maomé com o corpo de cachorro.

Vilks participava de um debate intitulado “Arte, blasfêmia e liberdade de expressão” em um centro cultural de Copenhague, no sábado, quando um atirador abriu fogo com um fuzil. O cartunista saiu ileso, mas o cineasta dinamarquês Finn Nørgaard foi morto e três policiais ficaram feridos. “O ataque parecia dirigido contra ele. De qualquer forma, a avaliação de sua segurança nos leva à conclusão de que ele não pode mais continuar onde morava”, avaliou a porta-voz. O nome do chargista faz parte de uma lista de alvos da rede terrorista Al Qaeda. À emissora britânica ITV, Vilks deu mais detalhes sobre o momento do atentado. “Estávamos assistindo à conferência e de repente começaram esses sons de ‘bang, bang’. A princípio parecia irreal, até que os seguranças reagiram e entendi que estava ocorrendo um ataque”, narrou. À CNN, ele contou que seus guarda-costas o levaram para uma sala segura no local.

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Na noite desta segunda, dezenas de milhares de pessoas ocuparam as ruas de várias cidades do país para homenagear as vítimas. Com velas acesas, a multidão observou um minuto de silêncio no início da principal manifestação, em Copenhague. A bandeira o país foi colocada a meio mastro nos prédios públicos da capital e muitas pessoas deixaram flores nos locais dos ataques. Também houve quem colocasse flores no local onde a polícia matou o terrorista.

Radicalização – Além do ataque ao local do debate sobre liberdade de expressão, um segundo atentado, nas primeiras horas de domingo, matou o guarda judeu Dan Uzan, de 37 anos, na área onde fica a principal sinagoga da cidade.

O jovem de 22 anos apontado como responsável pelos ataques foi identificado pela imprensa como Omar Abdel Hamid El-Hussein (informação ainda não confirmada pelas autoridades), filho de palestinos, nascido na Dinamarca. Com um histórico de violência, ele já estava sendo monitorado pelos serviços de informação desde que deixou a prisão, duas semanas atrás. Ele foi condenado a dois anos de cadeia por golpear um rapaz de 19 anos em uma estação de trem. Sua radicalização teria ocorrido atrás das grades. Segundo o jornal Berlingske, foi na prisão que ele afirmou pela primeira vez querer combater na Síria.

A primeira-ministra dinamarquesa, Helle thorning-Schmidt, afirmou nesta segunda que El-Hussein não parece estar ligado a uma célula terrorista. “Ele era conhecido da polícia por vários atos criminosos e também por ligação com uma gangue em Copenhague”, disse a premiê, em entrevista coletiva. “Mas eu quero deixar bem claro que não temos indicações nesse momento de que ele tenha tomado parte de uma célula [terrorista]”.

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Apesar disso, as autoridades detiveram dois homens por suspeita de ligação com os ataques. E o governo anunciou que vai reavaliar seu programa de combate à radicalização. “Não estamos falando sobre um combatente que esteve na Síria ou no Iraque. Estamos falando de um homem que era conhecido da polícia por suas atividades criminosas dentro da Dinamarca”, disse o ministro de Relações Exteriores, Martin Lidegaard.

Mais de 100 jovens deixaram a Dinamarca para serem treinados por jihadistas no Oriente Médio desde 2012. Muitos tinham ligações com gangues criminosas antes de deixar o território dinamarquês. Antes dos atentados deste fim de semana, a Dinamarca havia registrado um ataque em 1985, quando uma bomba explodiu do lado de fora da sede de uma companhia aérea em Copenhague. A explosão matou um turista argelino de 27 anos.

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(Com agências France-Presse e EFE)

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