Al Shabab ameaça realizar mais ataques no Quênia
Grupo terrorista exige que governo retire suas tropas da Somália
O grupo islamita somali Al Shabab ameaçou neste sábado realizar novos ataques no Quênia, como o que deixou 148 mortos na Universidade de Garissa, na quinta-feira passada, caso o governo queniano não retire todas as tropas que tem na Somália. Em um comunicado dos terroristas, intitulado “Enterrando as esperanças do Quênia”, o Al Shabab adverte que a população queniana é responsável pela situação, já que elegeram o atual governo. Eles também acusam os militares na Somália de matar civis e bombardear cidades.
“Enquanto seu governo persistir em seguir o caminho da opressão, pôr em prática políticas repressivas e continuar com a sistemática perseguição de muçulmanos inocentes, nossos ataques também continuarão”, promete a nota. O grupo islamita também se dirige ao governo queniano e avisa que sua mensagem não será escrita com palavras, mas com “o sangue de vossa gente”. “Cavem seus túmulos e preparem seus caixões desde agora”, diz.
Nos dois últimos anos, o Al Shabab promoveu vários massacres em território queniano, os maiores deles no shopping Westgate de Nairóbi (2013) e em Mpeketoni, Gamba e Mandera (2014); além do mais recente em Garissa (2015). No total, os ataques deixaram mais de 350 mortos. Em 2011, o exército do Quênia invadiu o sul da Somália como resposta a vários sequestros de turistas e estrangeiros que o grupo islamita havia realizado no nordeste do país, uma ação que Al Shabab considerou como uma declaração de guerra.
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Prisões – A polícia queniana deteve outros três homens envolvidos do massacre à Universidade de Garissa, no nordeste do Quênia, quando tentavam fugir à Somália, informou neste sábado a imprensa local. As autoridades acreditam que os três, que se juntam a outros dois já detidos, são cúmplices do suspeito de ser o autor intelectual do massacre, um morador local chamado Mohammed Kuno, que foi vinculado a outros ataques do grupo islamita no nordeste do Quênia.
Por enquanto não foram informados nem os nomes nem as nacionalidades dos detidos, mas espera-se que os interrogatórios possam oferecer mais detalhes sobre a preparação do ataque e fornecer pistas importantes para capturar Kuno. O governo ofereceu uma recompensa por qualquer informação que leve à detenção dele, que está foragido desde dezembro do ano passado.
Segundo um relatório de segurança ao qual teve acesso o jornal local Daily Nation, Kuno é um antigo professor de Garissa e utiliza até três sobrenomes: Sheikh Mahamad, Dulyadin e Gamadheere. Kuno se uniu à militância islamita quando ainda existia a União das Cortes Islâmicas (UCI), que acabaria dividia em vários grupos, entre os quais depois se destacaria Al Shabab, no qual entrou em 2009.
O relatório também assegura que Kuno é o líder de Al Shabab na região somali de Juba, que faz fronteira com as províncias quenianas mais afetadas pelos ataques do último ano.
(Da redação com agência EFE)