O cérebro logístico dos atentados de novembro em Paris, Salah Abdeslam, está disposto a colaborar com as autoridades francesas, e não se opõe a ser extraditado à França, indicou um de seus advogados, Cédric Moisse, nesta quinta-feira. Ele falou à imprensa na saída da Câmara do Conselho de Bruxelas, responsável pela fase de instrução de casos penais, e que deve se pronunciar sobre a entrega de Abdeslam à França.
Moisse também explicou que a audiência em que a Câmara deve tomar essa decisão foi adiada para as 14h (11h em Brasília) para que um promotor federal possa tomar o depoimento de Abdeslam na prisão de Bruges, onde está desde sua captura, há 13 dias. Após a audiência de hoje, a Câmara do Conselho terá 24 horas para se pronunciar.
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A França tinha solicitado à Bélgica, através de uma ordem de detenção europeia, o envio do terrorista para esclarecer seu papel nos atentados de 13 de novembro em Paris. Abdeslam, que tinha rejeitado categoricamente sua extradição à França até 24 de março, pediu dois dias depois dos atentados de Bruxelas seu envio a esse país “o mais rápido possível”.
O jornal belga Le Soir informou que, mesmo já preso quando aconteceram os ataques contra o aeroporto e o metrô de Bruxelas, Abdeslam foi “considerado coautor desses atentados”, no sentido do artigo 66 do Código Penal belga, por ter “fornecido aos autores materiais dos crimes a ajuda necessária sem a qual não poderiam tê-lo cometido”. Por isso, Abdeslam poderia também ser acusado na Bélgica, o que coloca a questão da primazia das jurisdições, explicou o jornal.
(Com agência EFE)