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WikiLeaks: Brasil quer Grã-Bretanha longe das Malvinas

Novos arquivos divulgados pelo site revelam diálogo entre espiões da Stratfor

Por Da Redação
27 fev 2012, 16h39

A revelação não é exatamente bombástica. Mas em um momento em que a disputa entre Grã-Bretanha e Argentina pelas Ilhas Malvinas (ou Falklands) volta ao ponto de fervura, ela tem inegável interesse. O site WikiLeaks revelou nesta segunda-feira, através do jornal espanhol El País, que o Brasil quer a Grã-Bretanha longe das Malvinas. A divulgação ocorre depois do vazamento de e-mails da empresa de inteligência e análise estratégica Stratfor.

Em troca de mensagens, a companhia diz que, “surpreendentemente, ainda há quem acredite que as Ilhas Malvinas pertençam à Argentina”, e que o Brasil está disposto a apoiar o país vizinho porque “não quer os britânicos perto de suas reservas de petróleo”.

A conversa entre espiões e analistas da Stratfor começou após o anúncio de que um grupo de empresas de petróleo – incluindo a brasileira Petrobras – realizariam perfurações nas águas argentinas próximas às Malvinas em abril de 2009.

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Confira a seguir a troca de e-mails divulgada pelao WikiLeaks:

Allison Fedirka (da Argentina): “Por enquanto, parece que a YPF-Repson, Petrobras e Pan American Energy participaram da exploração. Não sei como isso afetará a relação entre PAE e British Petroleumm, ou se sequer afetará (…)”.

Reva Bhalla (supervisor da Stratfor): “É muito estranho que a Petrobras esteja envolvida (também é interessante que a Espanha dê apoio à Argentina). A participação da Petrobras nesse projeto é uma mostra de apoio bastante forte em uma disputa onde a Argentina parece perdida. Por que esse apoio do Brasil?”

Paulo Freire (correspondente brasileiro da agência): “O Brasil falou várias vezes que o Atlântico Sul e a Amazônia são lugares que nenhum país do norte deveria estar ocupando. Desde que Lula chegou ao poder, o Brasil tem dado sinais de apoio à Argentina no tema Malvinas. Os brasileiros não querem a Grã-Bretanha perto de suas reservas de petróleo”.

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Bhalla: “Interessante… É assim que o Brasil se posiciona como o protetor da Argentina? Suponho que eles possam se posicionar assim se perceberem que a Argentina está fraca”.

Freire: “Eles acreditam que a Argentina não é uma ameaça, têm mais medo da Grã-Bretanha porque a associam com a Otan. O último plano de Defesa Nacional diz que o Atlântico Sul deveria ser uma das prioridades do Brasil na área de segurança”.

Em outro e-mail, Freire diz que, em caso de conflito armado entre Argentina e Grã-Bretanha, o Brasil não se envolveria na questão além do plano retórico. O analista da Stratfor, Alex Posey, ainda afirma nos e-mails que o tema Malvinas serve como “distração” a temas internos na Argentina. “Devo dizer que é um tema que machuca os argentinos. Muitos deles acham que as ilhas deveriam ser deles por direito, assim como aparecem nos mapas do país.”

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