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Venezuela aumenta preço de passagens aéreas em 350%

O governo de Nicolás Maduro lançou uma nova ofensiva contra empresas aéreas ao aplicar um câmbio de 50 bolívares por dólar no valor dos bilhetes

Por Da Redação
27 Maio 2014, 22h35

O presidente venezuelano Nicolás Maduro se voltou novamente contra as companhias aéreas que operam no país e determinou um aumento de 350% no valor cobrado pelas passagens a partir de 1º de julho. O presidente executivo da Associação Venezuelana de Linhas Aéreas, Humberto Figuera, afirmou nesta terça-feira que as empresas terão de calcular o valor dos bilhetes seguindo uma taxa de 50 bolívares por dólar, um dos quatro tipos de câmbio que existem no país. A medida é mais um duro golpe nos bolsos dos venezuelanos que planejavam viajar ao exterior, uma vez que os altos preços cobrados pelas companhias anteriormente regulavam em torno de 10,90 bolívares por dólar. Como apenas o governo tem o direito de comprar e vender a moeda americana na Venezuela, muitos cidadãos recorrem ao mercado negro para trocarem o dinheiro, um dos motivos que levaram a inflação às alturas no país.

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Por terem de seguir regras fiscais e contábeis, as empresas aéreas também só podem operar com câmbio oficial do governo e acabam perdendo muito dinheiro com isso. Companhias aéreas internacionais dizem que o governo de Maduro deve a elas mais de 3 bilhões de dólares. As rígidas regras de controle sobre as divisas estrangeiras foram impostas pela primeira vez em 2003, pelo então presidente Hugo Chávez. Com a medida, o governo espera conter a fuga de capitais, mas a insistente crise econômica e a falta de segurança institucional têm levado investidores a desistirem da Venezuela.

Embora Maduro ameace sancionar as empresas que não cumprirem as novas determinações, uma fonte ligada ao setor aéreo afirmou que o tiro do presidente pode sair pela culatra. Se usarem o bom senso, as companhias poderão utilizar a nova legislação do mandatário para nivelarem os preços das passagens por baixo. “Os preços que vemos no mercado venezuelano são fruto da elevada dívida que o governo mantém com o setor. Vemos que são os preços mais altos da região. Por exemplo, uma passagem de Bogotá a Miami custa mais ou menos 600 dólares, enquanto uma de Caracas a Miami não sai por menos de 1.200 dólares”, afirmou a fonte, em condição de anonimato. “Aposto no raciocínio do setor, porque, do contrário, seria uma loucura. O poder aquisitivo não tem crescido aqui para suportar esse aumento.”

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Copa do Mundo – Em mais um de seus vários delírios, Maduro disse recentemente que a crise na aviação venezuelana estava sendo provocada não pela dívida milionária com as empresas, mas pelo interesse dos turistas de viajarem ao Brasil para assistir à Copa do Mundo. A alegação foi uma reação à interrupção dos serviços prestados pelas empresas Air Canada e American Airlines, pela suspensão do trecho Roma-Caracas que era operado pela italiana Alitalia e pelos resultados negativos divulgados pela Gol, que cobre a rota São Paulo-Caracas. A companhia brasileira disse que perdeu 34 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2014 devido à depreciação da moeda venezuelana e recursos retidos pelo governo que totalizam 159 milhões de dólares, segundo o jornal espanhol El País.

“Como parte da guerra econômica que está em curso contra a Venezuela, algumas linhas aéreas estão anunciando coisas, alguns dos anúncios são manipulados, algumas linhas aéreas da Europa fizeram uma reprogramação dos voos para o Mundial de futebol que está atraindo voos ao Brasil”, disse o presidente. Maduro, inclusive, decretou que as empresas que deixarem de operar no país não voltarão nunca mais a terem voos direcionados para o aeroporto de Caracas. “Se irão embora, que fiquem por lá, não voltem mais para a Venezuela, porque a Venezuela se respeita e quem quer prejudicar a Venezuela pagará por isso”, afirmou.

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