Jovens foram detidos em ação do governo chavista de Nicolás Maduro contra acampamentos opositores
Por Da Redação
11 Maio 2014, 19h43
O Ministério Público da Venezuela informou neste domingo que 11 dos 243 estudantes detidos na semana passada vão continuar presos. As detenções ocorreram durante ações de repressão contra quatro acampamentos formados em Caracas por opositores do governo chavista. O episódio foi condenado por organizações internacionais. De acordo com um comunicado do Ministério Público, os presos foram acusados por uma série de crimes, como posse de armas de fogo, formação de quadrilha, danos ao patrimônio e incitação ao crime.
Mesmo com a libertação de centenas de detidos, o controle por parte das autoridades continua. A Justiça determinou que 155 jovens deverão se apresentar periodicamente aos tribunais. Outras 15 foram encaminhadas para tratamento médico contra a dependência de drogas.
Desde fevereiro, a Venezuela tem sido palco de uma série de protestos contra o governo. Os manifestantes reclamam dos índices de criminalidade, da inflação, da carestia e da decadência da situação institucional. Dezenas de pessoas morreram, tanto manifestantes como membros das forças de segurança. Cerca de 800 pessoas ficaram feridas. O governo respondeu com truculência e mais de 3 000 foram presos desde fevereiro. Destes, 161 permanecem atrás das grades. Entre os presos estão políticos da oposição, como Leopoldo López, um dos dirigentes do partido Vontade Popular.
Na semana passada, um relatório do Human Rights Watch denunciou abusos cometidos sistematicamente pelas forças de segurança sob o comando do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante e após as manifestações de fevereiro. O documento de pouco mais de cem páginas alerta que as violações de direitos humanos cometidas na Venezuela não foram casos isolados de membros das forças de segurança, mas um padrão sistematicamente aplicado em diferentes locais do país – inclusive no interior de unidades militares. A organização denunciou também a participação ou conivência de juízes e promotores, que, segundo o relatório, “fecharam os olhos” para provas nitidamente forjadas, pessoas detidas sem direito a defesa e a sinais de tortura física e psicológica.
(Com agência Reuters)
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