Unasul reconhece Maduro como presidente da Venezuela
Bloco pediu a Capriles que 'reconheça' os resultados da eleição presidencial
A cúpula da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), reunida de forma extraordinária na noite de quinta-feira, em Lima, reconheceu Nicolás Maduro como presidente da Venezuela e pediu ao opositor Henrique Capriles que “reconheça” os resultados emitidos pela autoridade eleitoral.
“A Unasul saúda o presidente Nicolás Maduro pelo resultado da eleição e por sua escolha como presidente da República Bolivariana da Venezuela e insta a todos os setores que participaram do processo eleitoral para que respeitem os resultados oficiais informados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE)”, afirma uma declaração de consenso dos líderes sul-americanos.
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O documento solicita que “toda reclamação, questionamento ou procedimento extraordinário solicitado por algum dos participantes do processo eleitoral seja canalizado e resolvido dentro do ordenamento jurídico vigente e da vontade democrática das partes”. Por isso, a Unasul aprovou a decisão do CNE de auditar as urnas da eleição de domingo passado, em um processo que exigirá 30 dias.
Venezuela – “Com base no que é permitido na legislação eleitoral, foi decidido ampliar a auditoria de verificação para analisar 46% das urnas ‘de garantia’ que não foram auditadas no dia da eleição”, disse a presidente do CNE, Tibisay Lucena.
O CNE já havia auditado 54% das urnas. Para que a auditoria envolva 100% das urnas “de garantia” – que guardam os comprovantes físicos emitidos contra cada voto eletrônico -, Tibisay disse que será selecionada “uma amostra” de 46% das urnas ainda não auditadas no domingo passado. No entanto, a recontagem não envolverá 100% dos votos, como pretendia Capriles, que contesta a vitória de Maduro e aponta uma série de irregularidades no processo eleitoral.
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Capriles concordou com a decisão ao afirmar que “o comando Simón Bolívar (da campanha da oposição) aceita o que o CNE anunciou em cadeia de rádio e televisão ao país”. “Vamos estar presentes nesta auditoria”, afirmou Capriles, que não reconheceu os resultados e realizava pressões pela auditoria desde o domingo com panelaços. “Consideramos que nestas 12.000 urnas (que serão abertas para auditoria) estão os problemas. Poderemos perfeitamente mostrar ao país a verdade”, disse Capriles, que felicitou seus seguidores pela luta até a decisão do CNE.
Diplomacia – Os presidentes do bloco ficaram reunidos durante horas, até a madrugada desta sexta-feira, para analisar a crise provocada na Venezuela com a vitória de Maduro por uma estreita margem de votos sobre Capriles, que rejeitou os resultados. Encabeçada pela presidente Dilma Rousseff, a cúpula de emergência reuniu todos os presidentes sul-americanos, exceto o equatoriano Rafael Correa, que está na Europa, e contou com a presença de Maduro, cuja posse está prevista para esta sexta-feira
A Unasul é integrada por Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Venezuela, Uruguai, Venezuela e Suriname. Paraguai está suspenso do bloco desde o ano passado devido ao impeachment relâmpago do então presidente, Fernando Lugo.
(Com agência France-Presse)