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Ucrânia prepara retirada completa de tropas da Crimeia

Tropas russas e milícias pró-Moscou já forçam a saída de militares das bases. Moral dos soldados ucranianos é baixo diante da impossibilidade de reação

Por Da Redação
19 mar 2014, 17h01

Tropas russas e grupos de autodefesa da Crimeia têm forçado oficiais ucranianos a deixarem as bases na região. Nesta quarta, o governo interino da Ucrânia em Kiev afirmou estar planejando a retirada de todos os soldados e de suas famílias da península. A decisão foi anunciada um dia depois de Vladimir Putin assinar um documento anexando a Crimeia – movimentação que se seguiu à escalada de tensão na região, com a morte de um militar ucraniano em uma base em Simferopol.

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O chefe de segurança e defesa da Ucrânia, Andriy Parubiy, afirmou que o plano prevê uma transferência “rápida e eficiente” dos oficiais e de seus familiares para áreas controladas por Kiev. Ele disse também que a Ucrânia vai buscar apoio da ONU para transformar a Crimeia em uma zona desmilitarizada – iniciativa que tem grandes chances de ser barrada pela Rússia, que não demonstra disposição em retirar suas tropas da região.

Mesmo rejeitando a movimentação russa para anexar parte de seu território, ao anunciar a retirada das tropas, o governo interino de certa forma reconhece a derrota, ao menos sob o ponto de vista militar, um dia depois de o premiê Arseniy Yatseniuk dizer que o conflito havia passado da fase política para a militar.

Não há prazo para a retirada das tropas. O político Vitali Klitschko, que faz parte do grupo que assumiu o poder em Kiev depois da deposição do presidente Viktor Yanukovich, disse que a Ucrânia não reconheceria o comando russo na Crimeia. Ao mesmo tempo, ele defendeu uma passagem segura para as tropas ucranianas na região, que seriam deslocadas para “bases temporárias” em outras partes do país. (Continue lendo o texto)

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Ontem, uma milícia pró-Moscou assumiu o controle da sede naval ucraniana em Sebastopol. “Nós libertamos os prisioneiros desta base. Isso é território russo. Moscou já aceitou a Crimeia”, disse Vladimir Melnik, chefe da unidade de autodefesa, pouco depois de uma bandeira russa ser hasteada na base. “Somos pessoas pacíficas, mas somos militares e se recebemos ordens para atacar, vamos segui-las”, acrescentou, em entrevista ao jornal britânico The Guardian, afirmando que as unidades estão sob comando da administração local.

O jornal destaca que o moral das tropas é baixo e os soldados estão inseguros sobre seu futuro. “Não temos uma palavra de Kiev sobre o que fazer a seguir”, disse Sergei, que serviu o Exército ucraniano durante 21 anos e estava na base invadida. “É claro que não houve resistência. O que poderíamos fazer, em menor número e sem armas?”. Ele rebateu a afirmação da milícia de que eram ‘prisioneiros’ dentro da base. “Isso é mentira. Nós continuamos lá por nossa livre e espontânea vontade”. Somente depois da morte do soldado o Ministério da Defesa liberou as tropas a usar armas “para proteger suas vidas”. Até então, as forças mobilizadas na península do Mar Negro tinham sido orientadas a evitar o uso de armas.

O governo interino queria enviar dois ministros para a Crimeia nesta quarta para discutir a situação, mas foi informado por autoridades locais que eles não teriam permissão para entrar no território. As autoridades em Kiev planejam passar a exigir vistos para russos e preparar os militares ucranianos para participar de exercícios militares em conjunto com EUA e Grã-Bretanha.

Mapa da Crimeia
Mapa da Crimeia (VEJA)

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