Terrorista que matou soldado britânico é indiciado
Michael Adebolajo responderá por homicídio e posse de arma de fogo
Um dos terroristas responsáveis pela barbárie contra um soldado britânico na última semana foi indiciado nesta quarta-feira. “Agentes do serviço de contraterrorismo da polícia indiciaram Michael Adebowale, de 22 anos, pelo homicídio de Lee Rigby, de 25 anos, cometido na quarta-feira, 22 de maio. Ele também foi indiciado por posse de arma de fogo”, informou a polícia, em comunicado, acrescentando que Adebowale deve comparecer ao tribunal nesta quinta-feira. Além das facas de açougueiro usadas para mutilar o soldado, os terroristas também portavam revólveres.
Adebowale, que foi ferido por policiais no dia do assassinato, deixou o hospital nesta terça. O outro terrorista, o londrino de origem nigeriana Michael Adebolajo, de 28 anos, continua internado. Os dois atropelaram o soldado, depois tentaram arrancar sua cabeça a golpes de faca e cutelo enquanto bradavam “Alá é grande”. Depois da selvageria, ainda com as mãos sujas de sangue, Adebolajo falou para a câmera do telefone celular de uma mulher que passava pelo local. “O único motivo pelo qual fizemos isso é porque muçulmanos morrem todos os dias”, disse.
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Assim como os irmãos chechenos que perpetraram o atentado em Boston, no dia 15 de abril, os terroristas islâmicos que agiram em Londres tinham ligações com radicais dentro e fora de seu país de residência. Com as principais organizações terroristas enfraquecidas, o desafio dos serviços de inteligência e´parar um muçulmano radical antes de ele decidir cometer um atentado. Também como Tamerlan Tsarnaev, coautor das explosões que deixaram três mortos e centenas de feridos perto da chegada da Maratona de Boston, que esteve no radar do FBI, os terroristas de Londres também já havia despertado a atenção do serviço secreto britânico. O MI5 vigiou os passos de Adebolajo ao longo de oito anos. O governo inglês abriu uma investigação para saber se a inteligência policial poderia ter evitado a morte brutal do jovem soldado.
Nesta quarta, um advogado queniano que defendeu Adebolajo em 2010, acusou a Grã-Bretanha de negligência em relação ao terrorista. Wycliffe Makasembo disse que Adebolajo foi detido no Quênia, há três anos, por suspeita de fazer parte de um grupo militante islâmico ligado à Al Qaeda. Mas, acabou liberado por recomendação da embaixada britânica. Segundo o advogado, a polícia queniana tentou conseguir mais informações sobre Adebolajo com o Alto Comissariado britânico em Nairóbi, mas a missão diplomática respondeu que o suspeito não tinha antecedentes criminais ou pistas sobre ligações com organizações terroristas.
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Autópsia – Também nesta quarta, a polícia divulgou o resultado dos exames que apontaram múltiplos ferimentos profundos como causa da morte de Lee Rigby. As autoridades fizeram um novo apelo às testemunhas do ataque para obter mais informações sobre o caso. O foco agora é o carro que foi usado pelos terroristas para atropelar o soldado. Outras oito pessoas foram presas por suspeita de envolvimento no atentado. Duas delas foram liberadas sem acusações e cinco pagaram fiança para deixar a cadeia.