Talibã assume autoria de ataque a aeroporto no Paquistão

(Atualizado às 7h37)

O grupo radical islâmico Talibã assumiu a autoria do atentado ocorrido na madrugada desta segunda-feira no maior aeroporto do Paquistão, na cidade de Karachi. O número de mortes confirmadas chega a 28. Segundo as forças de segurança paquistanesas, os agressores que ainda estavam no aeroporto foram mortos e o tiroteio no local encerrado. Um agente da delegacia próxima ao aeroporto internacional de Karachi, no sul do Paquistão, afirmou pouco antes do meio-dia local que foi abatido o último dos dez agressores que atacaram o recinto e provocaram a morte de outras dezessete pessoas. Entre as outras dezoito vítimas, estão pelo menos dois funcionários do aeroporto e nove membros das forças de segurança. Segundo as autoridades, pelo menos outras vinte pessoas ficaram feridas, quatro delas estado grave.

Os agressores entraram no Aeroporto Internacional Jinnah, em Karachi, por ao menos dois pontos, cortando uma grade que protegia o antigo terminal, que não é mais utilizado pelos passageiros mas ainda abriga escritórios, hangares e oficinas. Colunas de fumaça podiam ser vistas sobre a zona onde os aviões ficam estacionados, em imagens transmitidas pela TV local. Os terroristas entraram no aeroporto pouco antes da meia-noite vestidos com uniformes da guarda aeroportuária e pouco depois abriram fogo e começaram a lançar granadas. Três talibãs se entrincheiraram em um hangar da companhia aérea local Shaheen e, enquanto dois deles se imolaram com cargas explosivas, o terceiro continuou disparando até ser morto pelas forças de segurança.

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O porta-voz do aeroporto, Asim Saleem Bajwa, revelou que todos os passageiros foram evacuados. O funcionário da autoridade de aviação civil, Abid Qaimkhani, relatou a suspensão de todos os voos. Um oficial do Exército, que se identificou como coronel Nayer, disse que entre quatro e cinco terroristas conseguiram chegar às pistas do aeroporto. “Estão fortemente armados, com muita munição e granadas, e comandos das forças de segurança isolaram a zona”, afirmou.

Terror – O Paquistão convive, há mais de uma década, com uma revolta islâmista que já deixou milhares de mortos. Em 2011, um grupo islâmico atacou a base naval de Karachi, no principal porto do país, matando dez pessoas e destruindo dois aviões Orion de fabricação americana, em uma ação que durou mais de 17 horas. Na província do Baluchistão, no sudoeste do país, outros dois ataques neste domingo mataram 23 pessoas, a maioria peregrinos xiitas. A ação visou dois restaurantes frequentados por membros da minoria xiita em Taftan, na zona da fronteira com o Irã.

Segundo Akbar Durrani, ministro do Interior do Baluchistão, quatro homens com explosivos no corpo e fuzis atacaram dois restaurantes onde se encontravam cerca de 300 peregrinos xiitas, procedentes de diversas regiões do Paquistão. O Baluchistão, na fronteira com Irã e Afeganistão, é palco de repetidos atos de violência, incluindo atentados contra a minoria xiita, que representa 20% da população paquistanesa.

(Com agências France-Presse e EFE)