Sudão e Sudão do Sul assinam tratado de não agressão
Acordo tenta diminuir os recorrentes conflitos na fronteira entre os dois países
O Sudão e o Sudão do Sul assinaram nesta sexta-feira um tratado de não agressão na fronteira entre os dois países. O anuncio foi feito pelo negociador-chefe da União Africana (UA), Thabo Mbeki. Segundo o texto do tratado, as duas partes se comprometem a respeitar a soberania territorial de cada país e se abster de lançar qualquer ataque contra o vizinho, especialmente bombardeios. O acordo também prevê um mecanismo conjunto de vigilância que permitirá às duas partes realizar denúncias em caso de incidentes na região.
“Os dois países aceitam não se agredir e cooperar”, declarou à imprensa Thabo Mbeki, ex-presidente sul-africano. O acordo foi assinado pelo chefe do serviço de informação do Sudão do Sul, Thomas Douth, e pelo diretor de segurança e de informação do Sudão, Mohammad Atta.
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Tensão na fronteira – As tensões fronteiriças não deixaram de aumentar desde que o Sudão do Sul proclamou sua independência do Sudão em julho de 2011, após décadas de guerra civil. Nos últimos meses, ocorrem confrontos entre o exército de Sudão e rebeldes no Kordofan do Sul e no Nilo Azul, dois estados sudaneses fronteiriços com o sul. O governo central tenta implantar sua autoridade nestas regiões, que tiveram parte de sua população lutando ao lado dos sulistas durante a guerra civil (1983-2005, dois milhões de mortos) que levou à separação. O Sudão acusa as autoridades do Sudão do Sul de apoiar os rebeldes, mas o país vizinho nega.
(Com Agência France-Presse)