O Senado francês aprovou, nesta sexta-feira, a reforma no sistema de previdência, proposta pelo presidente, Nicolas Sarkozy. O projeto, que eleva de 60 para 62 anos a idade mínima para aposentadoria, ainda precisa que uma comissão parlamentar mista aprove as mudanças do texto original, antes de o conselho constitucional – a maior autoridade constitucional da França – dar a aprovação final.
No plenário, 177 senadores da União para o Movimento Popular (UMP), de Sarkozy, e centristas votaram a favor da lei. Outros 153 da oposição, entre socialistas e comunistas, votaram contra.
“Chegará o dia que os adversários da reforma agradecerão ao presidente, ao governo e à base no congresso”, disse o ministro do Trabalho, Eric Woerth, pouco antes da votação.
O projeto provoca uma crescente mobilização social no país, há sete semanas. As paralisações, motivadas pela reforma, afetam os setores de transportes e combustíveis e geraram confrontos entre policiais, grevistas e estudantes.
Nova lei – A reforma pretende aumentar a idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos de idade, com o objetivo de prevenir um buraco no sistema previdenciário enquanto a expectativa de vida no país só aumenta e poucos jovens contribuem com o sistema de pensões.
A população, no entanto, acredita que o projeto é apenas um passo rumo à destruição do Estado de bem-estar social francês, reconhecido por conceder benefícios sociais generosos, como férias longas, contratos que dificultam a demissão de empregados e um sistema de saúde subsidiado pelo governo.
Sarkozy sempre disse que a reforma era a prioridade de seu governo. A medida, no entanto, pode custar caro ao governante: pesquisas indicam que Sarkozy, que assumiu o poder em 2007, atravessa seu momento de maior impopularidade.
O último estudo, publicado na última terça-feira pelo jornal Libération, diz que 61% dos franceses desaprovam seu governo, e apenas 35% são favoráveis ao presidente.
(Com agências France-Presse e Estado)