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Rússia diz que só sai da Crimeia após “normalização da situação política”

Tropas de Moscou fortalecem posições e tomam terminal de balsas

Por Da Redação
3 mar 2014, 10h25

O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta segunda-feira que as tropas russas que ocupam a península da Crimeia, na Ucrânia, vão ficar na região até a “normalização da situação política” no país vizinho. Milhares de soldados russos passaram a ocupar no final da semana passada bases e estradas da região, dias após o presidente ucraniano Victor Yanukovich, um aliado de Moscou, ter sido destituído pelo Parlamento. O novo governo ucraniano vem classificando as ações russas de “agressão” e até mesmo de “declaração de guerra“, e ordenou a mobilização das suas tropas, incluindo reservistas.

“Os vitoriosos pretendem fazer uso dos frutos da sua vitória para atacar os direitos humanos e as liberdades fundamentais das minorias”, disse Lavrov, referindo-se à população da Crimeia, que é, na verdade, majoritariemente de origem russa e que com incentivo da Rússia vem rejeitando a autoridade do governo interino ucraniano. “A violência de ultranacionalistas ameaça as vidas e os interesses regionais dos russos e da população que tem o russo como língua”, conluiu Lavrov. “(As tropas) vão ficar até a normalização da situação política.”

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Lavrov deve se reunir nesta segunda-feira com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. As declarações ocorrem pouco depois dos Estados Unidos ameaçarem a Rússia com sanções econômicas.

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No domingo, o secretário de Estado americano, John Kerry, chegou a afirmar que a Rússia corre o risco de ser expulsa do G8, o grupo que reúne sete países mais industrializados e desenvolvidos economicamente do mundo, mais a Rússia. Estados Unidos, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália e o Canadá cancelaram o envio de representantes para uma reunião prévia que deveria acontecer nesta semana na Rússia, preparando o encontro mais amplo, em junho.

Não só a Crimeia registra tensão nesta segunda-feira. Segundo a BBC e a agência Reuters, manifestantes pró-Rússia tomaram parte de um prédio administrativo na cidade de Donetsk, um centro industrial de cerca de um milhão de habitantes na região leste da Ucrânia, que à semelhança da Crimeia, também é habitada por pessoas que têm o russo como língua principal. Na semana passada, movimentos semelhantes de manifestantes pró-Rússia na Crimeia anteciparam a intervenção do país vizinho.

Enquanto isso, a Rússia está fortalecendo suas posições na Crimeia. Até o momento, os russos tomaram diversas bases, aeroportos, postos de fronteira e prédios na península sem disparar um tiro. Os EUA já reconhecem que a Rússia está efetivamente controlando a península e estima que 6.000 soldados tenham sido enviados para ocupar a região. Já o governo interino da Ucrânia estima que 15.000 militares chegaram nos últimos dias.

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Nesta segunda-feira, foi a vez de soldados sem identificação que usavam veículos com placas russas tomarem o terminal de balsas da cidade de Kerch, que liga a península à Rússia. A província também está sendo comandada efetivamente pelo Parlamento local, que já convocou um referendo para consultar a população local sobre o status da região.

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Praticamente ao mesmo tempo em que soldados tomavam terminal de balsas, o primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, anunciou que a Rússia pretende levar adiante o projeto de construção de uma ponte sobre o estreito de Kerch, assinado com o antigo anterior governo do ex-presidente Yanukovich. O projeto prevê uma ponte de 4,5 quilômetros sobre o estreito que separa a Crimeia da Rússia.

“Adotamos decisões que são vinculativas, em particular documentos que foram assinados em dezembro do ano passado e que não foram modificados nem denunciados por ninguém”, disse o primeiro-ministro russo, que ainda afirmou que a construção da ponte é de interesse econômico tanto da Rússia quanto da Ucrânia.

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O governo interino não reagiu ao anúncio e continua a pedir ajuda internacional para conter a Rússia. Apesar da retórica, o primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyuk, admitiu que não há opções militares até o momento.

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