Relatório da ONU traz provas do uso de gás sarin na Síria
Íntegra do documento será divulgada apenas nesta tarde. Até agora, não é possível saber se relatório apontou os culpados pelo massacre de civis
Por Da Redação
16 set 2013, 12h22
O relatório da equipe da Nações Unidas que investigou o ataque contra civis na periferia de Damasco em 21 de agosto só será divulgado na tarde desta segunda-feira. Mas uma foto em que o investigador-chefe da missão, Ake Sellstrom, aparece entregando o documento ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez com que parte do relatório se tornasse pública antes disso. O documento confirma uso de gás sarin no massacre, que matou ao menos 1 400 pessoas, segundo levantamento dos Estados Unidos. Na foto, Sellstrom aparece ao lado de Ban. Ao aumentar a imagem, é possível ver que o relatório afirma que projéteis contendo “o agente nervoso sarin foram utilizados” no ataque.
“As amostras ambientais, químicas e médicas que coletamos fornecem provas claras e convincentes de que foguetes com gás sarin foram usados em Damasco em 21 de agosto”, diz o texto, segundo a Associated Press. A íntegra do documento vai ser divulgada nesta tarde. A coleta de evidências pelos investigadores da ONU ocorreu no final de agosto, cinco dias após a divulgação das primeiras notícias do ataque.
O regime do ditador Bashar Assad e os rebeldes do país vêm se acusando mutuamente pelo ataque. Já os Estados Unidos acusam o regime de ter feito uso do gás – o que provocou ameaças de uma intervenção militar na Síria.
A França e a Grã-Bretanha também afirmam não ter dúvidas de que o ataque foi perpetrado por tropas de Assad. Apenas a Rússia, um aliado de longa data do ditador, culpou os rebeldes pelo ataque, afirmando que eles se apoderaram de projeteis químicos e fizeram uso deles para que os EUA interviessem na guerra civil da Síria, que se arrasta há mais de dois anos.
Na última semana, a Rússia apresentou e conseguiu emplacar um plano para que Assad entregue o controle de seu arsenal químico para uma comissão internacional, como forma de evitar uma retaliação militar por parte dos americanos.
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Ataques – Também nesta segunda-feira, uma comissão da ONU que investiga crimes de guerra na Síria afirmou que está analisando catorze suspeitas de uso de armas químicas no conflito.
A comissão, chefiada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, afirmou que sua equipe não sabe quem foi o autor dos ataques nem o tipo de substâncias utilizadas. “Não estabelecemos as responsabilidades ou a natureza dos materiais que foram utilizados”, disse o presidente.
Em seu relatório anterior, a Comissão de Inquérito informou que investigava quatro casos de ataque químico (dois em março de 2013 e dois em abril de 2013).
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A comissão, no entanto, se recusou a dizer quando exatamente aconteceu os outros dez casos, e apenas indicou que o total de catorze suspeitas foram registradas desde o início do mandato dos investigadores, em setembro de 2011.
(Com agências EFE, Reuters e France-Presse)
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