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Regime sírio colabora com Al Qaeda, diz ex-embaixador

Nawaf Fares, o mais graduado diplomata da Síria a desertar desde o início dos confrontos no país, pede intervenção militar para destituir Bashar Assad

Por Da Redação
16 jul 2012, 03h21

O ex-embaixador da Síria em Bagdá, Nawaf Fares, que desertou na semana passada devido aos “terríveis massacres” cometidos pelo governo do ditador Bashar Assad, afirmou neste domingo em entrevista à rede americana CNN que o regime sírio colabora com a rede terrorista Al Qaeda tanto no interior da Síria quanto na região da fronteira com o Iraque.

Entenda o caso

  1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
  2. • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
  3. • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.

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“O regime sírio sente-se ameaçado e sente que pode cair”, disse Fares. “Então fizeram um acordo com a Al Qaeda para manter a estrada para o Iraque aberta. Os militantes começaram a chegar de todas as partes do mundo através da Síria, sob o olhar da polícia secreta síria, que é diretamente responsável pela morte de milhares de iraquianos no Iraque, assim como americanos e membros das forças da coalizão”, acusou o ex-embaixador.

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Segundo ele, a polícia secreta da Síria encoraja jovens a se alistar na rede terrorista e ir para a jihad (guerra santa) no Iraque. “Bashar Assad e suas forças de segurança são responsáveis por milhares de mortes. Ele deu tudo que a Al Qaeda precisava. Treinou (terroristas), deu abrigo e ales e construiu ‘paraísos seguros’ para eles se esconderem”, detalhou Fares.

Um funcionário da inteligência americana consultado pela CNN confirmou as alegações do diplomata sírio. “Desde 2003, Assad permitiu a Al Qaeda e seus parceiros enviar armas, dinheiro e combatentes para a sua filial baseada no Iraque”. De acordo com a fonte, cuja identidade não foi revelada, os mesmos terroristas que atuavam no território iraquiano com apoio do regime sírio agora organizam ataques na própria Síria.

Intervenção – Nawaf Fares pediu também que a comunidade internacional organize uma intervenção armada para tirar Bashar Assad do poder. “Eu apoio uma intervenção militar porque conheço a natureza desse regime. Ele só vai cair pela força”, disse.

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Enviado ao Iraque como representante diplomático em 2008, Fares foi o primeiro embaixador sírio em Bagdá em mais de 20 anos. Sua deserção é considerada a mais significativa do enfraquecimento da ditadura síria desde o início da crise no país, que já dura 16 meses e tirou a vida de cerca de 17.000 pessoas, de acordo com a oposição.

O diplomata reafirmou na entrevista que o aumento do número de mortos nos conflitos foram cruciais para sua decisão. “O que aconteceu no último ano, todas as mortes, massacres, refugiados, e a declaração de guerra de Bashar Assad contra o povo sírio acabaram com qualquer esperança de reforma ou mudança, o que havia sido prometido antes por Assad”, afirmou. “Tentei no último ano e meio convencer o regime a mudar sua forma de tratar as pessoas. Mas não consegui, então decidi me juntar ao povo”, explicou.

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