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Rafael Correa admite que não concorda sempre com Assange

Motivo do asilo político seria garantir que australiano tenha 'um processo justo'

Por Da Redação
17 ago 2012, 15h51

Conhecido por perseguir jornalistas em seu país, o presidente do Equador, Rafael Correa, admitiu nesta sexta-feira que o fato de ter concedido asilo político ao fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, não quer dizer que ele concorde com tudo o que o ativista diz ou faz. Correa afirmou que o Equador concedeu asilo na quinta-feira porque a Suécia “não ofereceria garantias de que não extraditaria Assange aos Estados Unidos”.

Entenda o caso

  1. • Julian Assange é acusado de agressão sexual por duas mulheres da Suécia, mas nega os crimes, diz que as relações foram consensuais e que é vítima de perseguição.
  2. • Ele foi detido em 7 de dezembro de 2010, pouco depois que o site Wikileaks, do qual é o proprietário, divulgou milhares de documentos confidenciais da diplomacia americana que revelam métodos e práticas questionáveis de muitos governos – causando constrangimentos aos EUA.
  3. • O australiano estava em prisão domiciliar na Grã-Bretanha, até que em maio de 2012 a Justiça determinou sua extradição à Suécia; desde então, ele busca meios jurídicos para ter o caso reavaliado, com medo de que Estocolmo o envie aos EUA.

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Segundo Correa, Assange deve permanecer por tempo indeterminado na embaixada equatoriana em Londres. Vinte policiais britânicos continuam de guarda em frente ao edifício da representação diplomática equatoriana. Dois carros da polícia também estão estacionadas próximo ao prédio.

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Diplomacia – A União Europeia (UE) já disse que não vai interferir no caso e espera que o assunto possa ser resolvido por meio de diálogo entre Grã-Bretanha e Equador, segundo uma fonte da diplomacia do bloco europeu. “Esse é essencialmente um assunto bilateral entre a Grã-Bretanha e o Equador”, disse a fonte.

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Relação promíscua – Analistas internacionais afirmam que, para se entender a decisão do governo equatoriano, é preciso ter em conta que Correa e Assange têm interesses comuns. “Os dois acreditam que os Estados Unidos são um império que precisa ser controlado”, afirmou à rede CNN Robert Amsterdam, advogado especializado em direito internacional.

Para o analista político equatoriano Jorge Leon, a concessão do asilo a Assange está relacionada também às eleições presidenciais, programadas para acontecer em fevereiro de 2013. Segundo ele, a presença de Assange no país pode ser “útil para reforçar a imagem de esquerda de Correa”.

A relação do presidente equatoriano e do criador da WikiLeaks é, aliás, estreita. Correa, por exemplo, já participou do show de TV comandado por Assange, “The World Tomorrow”, transmitido pelo canal de televisão russa R-TV. No programa, ambos trocaram elogios. O australiano definiu Correa como um “líder transformador”. “Sua WikiLeaks nos fez fortes”, respondeu Correa.

Mas não deixa de ser irônica essa aproximação entre um homem que se proclama defensor incondicional do direito de expressão, como Assange, com um dos grandes perseguidores da imprensa independente, como Correa. Para Amsterdam, Assange parece agora estar mais interessado em se salvar do que em defender a imprensa livre.

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(Com agências Estado e EFE)

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