Presidente do Sudão do Sul pede fim das atrocidades tribais
Enfrentamento entre Exército e rebeldes já deixou milhares de mortos. ONU autorizou aumento do número de soldados em missão no país
O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, pediu o fim dos assassinatos e das atrocidades tribais no país. O apelo foi feito nesta quarta-feira, dia em que o país viveu mais um confronto entre tropas do governo e rebeldes leais ao seu antigo vice-presidente, em uma região produtora de petróleo do Sudão do Sul.
“Pessoas inocentes foram brutalmente assassinadas. As pessoas estão atacando os outros devido à sua filiação tribal, e isso é inaceitável”, disse Kiir, em declaração divulgada por uma conta oficial do governo do Sudão do Sul no Twitter. “Essas atrocidades recorrentes precisam cessar imediatamente.”
O Sudão do Sul se separou do Sudão em 2011 sob um acordo de paz que encerrou décadas de guerras em um dos maiores estados da África. A crise no estado independente teve início no dia 15 de julho, na capital Juba, e se espalhou por metade dos dez estados do jovem país. O presidente Salva Kiir denunciou uma tentativa fracassada de golpe, responsabilizando o ex-vice-presidente Riek Machar – que rejeitou a acusação.
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Potências ocidentais e países africanos tentam intermediar um diálogo entre o presidente Kiir, da etnia dinka, e Machar, da tribo nuer, que foi destituído do cargo em julho. O enfrentamento entre o Exército e rebeldes já deixou milhares de mortos.
Temendo que a violência na região saia do controle e leve a uma guerra civil separatista entre etnias do Sudão do Sul, o Conselho de Segurança da ONU autorizou nesta terça-feira o envio de mais soldados para reforçar a missão humanitária no país. Com a decisão, a missão no Sudão do Sul será terceira maior mantida pela ONU em número de capacetes azuis, atrás das que atuam em República Democrática do Congo e em Darfur.
(Com agência Reuters)