Presidente do Irã está indeciso sobre quem vai liderar programa nuclear em seu governo

A demora levou a especulações na imprensa iraniana de que Rouhani quer transferir esse papel para o Ministério das Relações Exteriores, tradicionalmente uma instituição menos radical

Por Da Redação
20 ago 2013, 08h24

O clérigo reformista Hassan Rohani venceu as eleições presidenciais (Majid Hagdost/Reuters/VEJA)

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, estuda quem vai liderar as negociações do país com as potências mundiais sobre o programa nuclear iraniano, disse o Ministério das Relações Exteriores nesta terça-feira. Rouhani já sinalizou que o Irã está disposto a ser mais transparente sobre o programa e assumir uma postura menos agressiva nas negociações com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha, o chamado P5+1.

Embora já tenha nomeado o gabinete, Rouhani ainda não anunciou quem será o novo chefe do Conselho Supremo de Segurança Nacional, que também exerceu o papel de principal negociador nos 10 anos de projeto nucleares do Irã com as potências.

A demora levou a especulações na imprensa iraniana de que Rouhani quer transferir esse papel para o Ministério das Relações Exteriores, tradicionalmente uma instituição menos radical. “Nos últimos 10 anos, o negociador tem sido o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional. Isso pode mudar, o presidente pode decidir nomear outra pessoa, talvez o ministro das Relações Exteriores ou qualquer outra pessoa que ele julgue necessário”, disse o porta-voz da chancelaria, Abbas Araqchi.

“Nós ainda estamos esperando nosso presidente anunciar qual instituição será responsável pelas negociações nucleares e, depois identificar o negociador e a equipe nuclear”, disse Araqchi. Rouhani já nomeou o pragmático Ali Akbar Salehi, ex-ministro das Relações Exteriores, para substituir o linha-dura Fereydoun Abbasi-Davani como chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, uma medida que especialistas viram como sinal de uma abordagem mais flexível.

(Com Agência Reuters)