Presidente do Iêmen negocia saída do poder
Depois de dois meses de protestos, líder árabe afirma que sairá este ano
O presidente do Iêmen, Ali Abdallah Saleh, estaria negociando sua saída do governo, após 32 anos no poder. Em um comunicado divulgado neste sábado, o ministro das Relações Exteriores do país, Abubakr al-Qirbi, afirmou que o afastamento de Saleh era uma questão de tempo. Segundo o ministro, os termos da transição poderão ser anunciados ainda neste domingo. No entanto, a saída efetiva ocorreria apenas no final de 2011.
A declaração ocorre um dia após uma manifestação que levou milhares de pessoas às ruas da capital Sanaa. Apenas na última semana, cerca de 50 civis morreram em confrontos com as tropas governistas.
Mudança de planos – Na sexta-feira, Saleh havia afirmado que sua intenção era a de não abandonar o poder. “Ainda estamos aqui, sólidos como uma rocha, e não nos farão tremer com os acontecimentos”, declarou Saleh diante de membros de seu partido, sem mostrar nenhum sinal de que pretendia deixar o cargo.
“Nosso povo superou muitos obstáculos no passado e sairá mais forte desta provação”, acrescentou Saleh, que na semana passada amargou a deserção de militares, religiosos e clãs tribais, que decidiram passar para o lado dos manifestantes.
Saleh acusou radicais islâmicos e a oposição parlamentar de terem provocado a escassez de gás e combustível no país “ao bloquear as estradas”, atribuindo a eles também problemas no fornecimento de eletricidade.
Saleh havia afirmado que não cederia o poder aos opositores, a quem chamou de “aventureiros” e “conspiradores”. Uma tentativa de reconciliação entre Saleh e o general Mohsen Ali al Ahmar, homem forte do exército iemenita que se somou ao movimento contra o regime, fracassou.
Neste sábado, seis membros da rede terrorista Al-Qaeda teriam sido mortos em um confronto com o exército do Iêmen na província de Abyan, no sul, segundo uma fonte dos serviços de segurança. “Ativistas da Al-Qaeda lançaram neste sábado um ataque armado contra a unidade militar que protegia uma central eléctrica em Loder. Os militares responderam matando seis agressores”, declarou a fonte à AFP, sob anonimato.
(Com AFP)
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