Ponte área transporta primeira leva de alimentos à África
No mesmo dia, UE doa mais 28 milhões de euros a vítimas da seca e fome
Com um dia de atraso, o Programa Mundial de Alimentos (PAM) começou, nesta quarta-feira à tarde, sua ponte aérea para ajudar as vítimas da seca na Somália. Foi enviado um primeiro avião em direção a Mogadíscio, capital do país, carregado com 10 toneladas de alimentos, informou a agência da ONU. O avião não conseguiu decolar na terça-feira devido aos trâmites burocráticos no Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta, de Nairóbi.
A seca na África do Leste ameaça 12 milhões de pessoas, de acordo com as Nações Unidas. A situação é particularmente crítica na Somália, onde a ONU decretou formalmente a fome em duas províncias do sul, controladas pelos insurgentes islamitas shebab. Anos de conflito no sul da Somália exacerbaram a situação de emergência, impedindo que agências de auxílio ajudassem as comunidades. Quase 135.000 somalis deixaram o país desde janeiro, principalmente para os vizinhos Quênia e Etiópia.
“O PAM começou sua ponte aérea”, indicou um porta-voz da organização da ONU. “Um avião decolou de Nairóbi com 10 toneladas de suplementos nutricionais prontos para o consumo destinados às crianças que sofrem de desnutrição”, explicou a autoridade. “O objetivo do PAM é levar, no total, 100 toneladas para alimentar 35.000 crianças por mês”, disse. Cerca de dez viagens de avião saindo de Nairóbi serão necessárias para levar tal ajuda nos próximos dias.
Doações – Enquanto isso, em outra frente de ajuda humanitária, o comitê executivo da União Europeia vai aumentar as doações para vítimas da seca e da fome no Chifre da África, disse a chefe de crise da UE nesta quarta-feira após visitar o Quênia e a Somália. Kristalina Georgieva afirmou que a Comissão Europeia vai imediatamente liberar outros 28 milhões de euros (63 milhões de reais), além dos 70 milhões de euros que já deu à região neste ano. Governos da UE também já engordaram suas doações.
“Esta crise sem precedentes no Chifre da África pede uma resposta sem precedentes”, disse Georgieva após visitar o campo de Dadaab, no Quênia, que abriga 400.000 pessoas. “Além do novo financiamento de 27,8 milhões de euros, eu iniciei um processo para mobilizar outros 60 milhões de euros para aliviar o sofrimento de tantas pessoas”, ela acrescentou. “Isso colocará nossa resposta em quase 158 milhões de euros.”
Apesar disso, o Programa Mundial de Alimentação disse que precisa de outros 360 milhões de dólares em fundos urgentes.
(Com agências Reuters e France-Presse)